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O dia 17 de julho de 1975 foi um dia especial não só pela paisagem formada pela neve, mas como um dia de muita diversão, que serviu também para espantar o frio. E quem mais aproveitou o dia fora do normal em Curitiba foram as crianças. Difícil conversar com alguém que tenha vivido este momento e que não tenha brincado por horas na rua, feito bonecos com a neve ou desenhado nos vidros brancos dos carros e das janelas das casas, completamente cobertos pelos flocos de gelo.

Com a família do professor de Matemática Tirson Prado, hoje com 40 anos, foi assim. "Eu estava dormindo e ouvi minhas irmãs gritando que estava tudo branco. Achei que era gozação. Que neve o que! Quando olhei, o gramado estava coberto de neve, o telhado também", relembra. Prado nasceu em Marechal Mallet, na região Sul do Paraná, mas na época já morava na capital, em uma casa no bairro Campo Comprido.

Como todas as crianças da rua, o então menino de dez anos de idade aproveitou o dia de férias rolando no tapete branco, fazendo bonecos de neve e guerra de bolinhas com os amigos. "Foi um dia inusitado", recorda Prado, que hoje mora em Campo Largo, na região metropolitana, com a mulher e três filhos.

A curitibana Adriana Novak Skora, de 44 anos, também teve o dia marcado por brincadeiras na neve. Na época, Adriana tinha 14 anos e morava em uma casa na Vila Isabel. Ela e as três irmãs mais novas foram avisadas pelo pai sobre o que estava acontecendo do lado de fora da casa.

"É uma lembrança muito gostosa", diz Adriana, que atualmente mora na Vila Guaíra com o marido e um casal de filhos. Para ela, mais especial do que a brincadeira na rua durante o dia, foi o momento em família à noite. "O que mais ficou marcado foi na hora de dormir. Meu pai colocou todos os cobertores na sala e todo mundo dormiu junto".

Neve vira notíciaEm poucas horas, a neve em Curitiba virou notícia na televisão e logo as cidades vizinhas ficaram sabendo que a capital paranaense estava coberta pelo gelo. Ao tomar conhecimento do que estava ocorrendo em Curitiba, a família da psicóloga Rosicléia Cooper, de 46 anos, não pensou duas vezes.

Foi apenas o tempo de a jovem de 16 anos e os pais almoçarem e seguirem da casa de praia, em Caiobá, para a capital. "Na Serra do Mar a gente já viu um pouco de gelo. No Viaduto dos Padres nós paramos para fazer bolas de neve, o pessoal todo foi parando", recorda a curitibana.

Ao chegar em casa, no bairro Juvevê, onde mora até hoje, agora com o marido e os dois filhos, Rosicléia e os pais se depararam com uma casa enfeitada de estiletes de gelo que se formaram a partir do telhado. No dia seguinte, a família de Rosicléia voltou para o litoral, com um boneco de neve que as amigas que também estavam de férias em Caiobá pediram que eles levassem.

A psicóloga não lembra deste retorno, mas uma das amigas que estavam no litoral confirmou a história. "Ela levou o bonequinho dentro de uma pequena caixa de isopor. Pudemos tocar no boneco para saber como é a neve. Textura, temperatura, etc. Foi mesmo muito legal".

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