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Por volta das 15h30 da tarde de ontem, o som predominante nas ruas centrais de Curitiba era o das buzinadas, mas nem tudo era empolgação pelo jogo do Brasil na Copa do Mundo: a lentidão do trânsito também fez o motorista curitibano apertar a buzina. Apesar dos engarrafamentos na região central, o tumulto foi menor do que no jogo de estréia da seleção, na terça-feira da semana passada. A liberação dos funcionários municipais às 14 horas, o uso de toda a frota de ônibus e o trabalho de orientação dos agentes da Diretran ajudaram a diminuir a confusão.

Cerca de 44 agentes foram distribuídos em 18 pontos e cinco binários centrais. O cruzamento das ruas Getúlio Vargas e Brigadeiro Franco, considerado um dos mais problemáticos no primeiro jogo, teve a orientação de três agentes. Na Avenida Iguaçu também houve congestionamento. Embora o movimento tenha sido semelhante aos de horários de pico, em ruas como a Visconde de Guarapuava, Getúlio Vargas e Silva Jardim, onde os semáforos operaram sincronizados, os problemas foram menores do que no jogo de estréia. "O fluxo foi grande, mas espalhado por começar mais cedo", afirmou o agente de trânsito Carlos José Jenzura.

Por volta das 15h40, o cruzamento da Visconde de Guarapuava com a Brigadeiro Franco estava bastante tumultuado. "Levei quase 20 minutos para vir da João Negrão até aqui", contou a recepcionista Neuci Albuquerque. A professora Ivone Barone, que também passava pelo local, já estava há 40 minutos no trânsito. "Saí do Bacacheri e estou tentando ir ao Água Verde, espero chegar a tempo, agora não adianta querer voltar", reclamou.

Apesar do trânsito intenso, o Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) registrou apenas 11 acidentes das 14 às 18 horas. O número não é muito superior ao de dias normais: anteontem, por exemplo, foram 9 ocorrências no mesmo período.

Quem precisou contar com o transporte coletivo também precisou de paciência. Embora 100% da frota (1.860 veículos) estivesse nas ruas por volta das 15h15, muitos ônibus tiveram dificuldade de circular pela região central. De acordo com o gerente de controle e fiscalização do transporte coletivo, Edson Berleze, em locais como as praças Santos Andrade e Tiradentes o acesso foi difícil. Nos terminais, os passageiros tiveram de esperar em média 15 minutos. "A demanda é muito grande para um espaço de tempo pequeno. Apesar disso, os problemas foram muito menores dessa vez", afirma.

Para o próximo jogo, na terça-feira, a Urbs (empresa que administra o transporte coletivo) ainda não definiu o esquema adotado. "O jogo será ao meio dia, temos de esperar para ver o que as empresas e escolas irão fazer para podermos nos programar", explicou.

Mas em questão de 15 minutos toda a correria e buzinada sumiu das ruas de Curitiba. Por volta das 15h50, enquanto os times entravam em campo, o fluxo de carros já começava a diminuir. Com a bola rolando, uma das mais movimentadas ruas de Curitiba, a Visconde de Guarapuava, ficou vazia. Era possível percorrer toda a sua extensão em apenas 4 minutos.

Às 16h10, até mesmo o Parque Barigui ficou deserto. Apenas alguns raros freqüentadores que não mudaram suas rotinas por causa do futebol circulavam pelo parque. O casal Maria Rudnicki e Plaucius Silva não vê graça em futebol e tem trocado a televisão pelas caminhadas na hora dos jogos do Brasil. "Para nós é como um dia de folga do trabalho", afirma Silva.

As amigas Alba Antunes e Lélia Goellner também caminhavam na hora da partida. As duas se encontram uma vez por mês para colocar o papo em dia. "Já estava marcado antes de sabermos do jogo, decidimos manter. A amizade é maior que o gosto pelo futebol", afirma Alba.

Assim que acabou o jogo, os torcedores foram às ruas para comemorar. As celebrações se concentraram na Rua Bispo Dom José, no bairro Batel. Por volta das 19h20 a rua foi fechada e cerca de 120 policiais faziam a segurança no local.

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