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Brasília – O Conselho de Ética do Senado encaminhou ontem à Polícia Federal documentos apresentados pela jornalista Mônica Veloso, incluindo extratos bancários, que comprovariam o recebimento de pensão do senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Esses documentos podem complicar a vida do presidente do Congresso. O senador Renato Casagrande (PSB-ES), que relata o processo contra Renan no conselho, disse que os documentos mostram que a jornalista recebeu parte dos pagamentos do senador na sede da construtora Mendes Júnior – ao contrário do que argumenta o peemedebista.

"Os documentos têm as datas dos pagamentos. Ela mostra que recebeu a maioria dos pagamentos na sede da empreiteira em dinheiro e depositava na conta dela. Agora, vai tudo seguir para a Polícia Federal periciar", disse Casagrande.

A versão apresentada por Mônica Veloso é a de que recebia os pagamentos do lobista da Mendes Júnior, Cláudio Gontijo, na sede da empreiteira, depois depositava os recursos em sua conta bancária. Renan afirma, no entanto, que depositou grande parte da pensão diretamente na conta bancária da jornalista – sem a intermediação do lobista.

Para justificar que os pagamentos eram compatíveis com seus ganhos, Renan alegou ter lucrado R$ 1,9 milhão nos últimos quatro anos com a venda de gado. A PF analisa a movimentação do senador para cruzar as datas em que teria depositado o dinheiro da pensão com os seus rendimentos pessoais – obtidos com a venda de gado.

Casagrande disse que os documentos de Mônica Veloso comprovariam que a jornalista não recebeu R$ 100 mil para um fundo de educação de sua filha com o senador, como argumenta Renan.

"Os documentos confirmam que o dinheiro não foi para um fundo", disse. A jornalista argumenta que o dinheiro foi recebido para cobrir o pagamento de pensões atrasadas não disponibilizadas por Renan.

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