• Carregando...

Estágios da doença

A doença de Alzheimer é neurodegenerativa. Ela provoca alterações no funcionamento cognitivo (como memória e habilidades) e no comportamento (como agressividade e delírios).

> No estágio inicial, o paciente consegue ser relativamente independente, tem perda leve de memória e preserva a capacidade de raciocínio.

> No estágio intermediário, é preciso supervisão de um cuidador. Há uma perda moderada de memória e prejuízo no raciocínio. O paciente se perde com frequência e tem dificuldade para se expressar.

> No estágio avançado, o nível de dependência é máximo. O paciente precisa de supervisão contínua, não consegue realizar sozinho atividades cotidianas (como tomar banho e se alimentar) e não consegue se comunicar adequadamente.

Fonte: Academia Brasileira de Neurologia

"Eu costumo dizer que a doença de Alzheimer não é individual, é familiar, porque afeta a todos os familiares do paciente. Se a família não estiver bem estruturada, o tratamento é muito mais difícil", afirma o médico neurologista e vice-coordenador do De­­par­tamento Científico de Neu­rologia Cognitiva e do En­­velhecimento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Ivan Hideyo Okamoto. Além da perda progressiva de memória, a doença altera o comportamento do idoso, deixando-o irritado ou apático, além de cada vez mais dependente para as tarefas do dia-a-dia.

"Quando se diagnostica a doença de Alzheimer, o parente deve separar as lembranças boas e ruins daquele familiar e se concentrar apenas na doença, porque é uma doença", acrescenta. Para quem passou pela experiência, fica o sentimento de impotência. "Eu quase entrei em depressão, foi muito difícil cuidar da minha mãe. De repente, ela se esqueceu de tudo de mais novo na vida dela, me tratava como se eu ainda fosse uma criança. Ela morava comigo e um dia ela viu meu marido na cozinha, passando o café, e perguntou por que ele havia posado em casa", comenta a dona de casa Ana Maria de Andrade, 53 anos, filha de Edi Teixeira Krachinski, 91 anos, que descobriu a doença há cinco anos. "Ela achava que eu e meu marido ainda éramos namorados, se esqueceu do casamento", relata.

Hoje, Edi convive com o filho Otto, de 61 anos. Ela anda com dificuldade, não consegue se expressar, usa fraldas e até engatinha. "E ela é muito teimosa, não quer andar de cadeira de rodas, sempre ameaça andar e acaba caindo, mas graças a Deus não fratura nenhum osso", afirma o filho, lembrando que fisicamente a saúde de sua mãe é como a de "uma moça". "Ela se alimenta muito bem, dorme bem, come doces, não tem diabete, nada", complementa. Assim como os 90% portadores de doença de Alzheimer, Edi não toma medicamentos para controlar o avanço da enfermidade. "Ela toma só remédio para dormir quando precisa", diz Otto.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]