São Paulo - Grupos de portadores de hepatite C vão entrar nesta semana com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) contra o Ministério da Saúde. O objetivo é obrigar a pasta a manter, na rede pública, o fornecimento de dois tipos de interferon peguilado principal droga usada no tratamento da doença.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atualmente o Interferon Alfa 2a comercialmente conhecido como Pegasys e fabricado pela Roche e o Interferon Alfa 2b - chamado Peg-Intron, da Merck Sharp & Dohme. O ministério estuda realizar uma licitação para comprar a droga de apenas um fabricante, a um custo mais baixo.
Embora tenham o mesmo princípio ativo, os dois medicamentos são metabolizados de forma diferente pelo organismo.
"Existem pacientes que não respondem a uma droga e se curam com a outra. Portanto, é preciso manter as duas", afirma Francisco Martucci, do grupo C Tem Que Saber C Tem Que Curar.
Procurado pela reportagem, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde informou que as duas fórmulas continuarão disponíveis. "Uma das formulações abastecerá a necessidade nacional, enquanto a outra será adquirida especificamente para completar o tratamento dos pacientes em uso, evitando interrupções, e para atendimento de situações especiais", diz a nota do departamento.
"Claro que seria melhor se o médico pudesse escolher a fórmula mais indicada para cada paciente, mas não acredito que vai aumentar o número de mortes", afirma Juvencio Furtado, da Sociedade Brasileira de Infectologia. Para ele, mais importante é garantir tratamento para os quase 4 milhões de brasileiros portadores da doença, que mata 12 pessoas por dia no País.
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