• Carregando...

Duas pessoas feridas no acidente com o bonde de Santa Teresa receberam alta nesta desta quinta-feira, segundo a assessoria do Hospital São Lucas, em Copacabana, na Zona Sul. O francês Arnold Donatien, de 28 anos, e sua namorada Gisely Idalgo Moretis, de 23, estavam internados na unidade hospitalar desde o dia 27 de agosto, quando o veículo tombou, deixando seis mortos e mais de 50 pessoas feridas.

De acordo com o hospital, Arnold teve fratura de bacia, perna direita e escoriações. E Gisely sofreu fratura na mão direita, lesão pélvica e escoriações.

Outra vítima, Daniele Abreu, de 30 anos, segue internada, no hospital, com fratura da face, bacia, tórax e lesão cervical, sem previsão de alta. A assessoria do hospital informou ainda que ela permanece estável, lúcida e respirando espontaneamente.

Outras duas pessoas continuam internadas no Hospital municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. E uma terceira vítima está em um hospital particular, também em Copacabana.

Representantes da Associação de Moradores de Santa Teresa (Amast) se reuniram nesta terça-feira com o Procurador-Geral do Ministério Público Estadual, Cláudio Lopes, para tratar das investigações a respeito do acidente com o bonde.

De acordo com um dos diretores da entidade, Abaeté Mesquita, os moradores reafirmaram o desejo de que o secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, seja responsabilizado civil e criminalmente pelo episódio.

Mesquita disse também que pediu ao procurador que o MP exija que se cumpra a sentença dada pela 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça para a recuperação dos 14 bondes de Santa Teresa e revitalização de todo o sistema, o que inclui a via permanente, a via aérea, os gradis dos Arcos da Lapa e as estações. Pediu ainda ajuda para intermediar os processos de indenização e compensação das vítimas e de suas famílias e para intermediar junto ao governo a criação de um serviço alternativo enquanto os bondinhos estiverem parados.

Policiais da 7 DP (Santa Teresa) trabalham com a hipótese de que o condutor Nelson Correa da Silva levava o bonde superlotado por ordem de algum superior. Um dos pontos investigados é por que Nelson não levou o bonde à oficina. No dia do acidente, ele avisou à supervisão Carioca que um balaústre quebrara numa batida com um ônibus. Logo depois, subiu com o veículo vazio. No entanto, não chegou a ir à oficina. Quando descia com o bonde lotado, ocorreu o acidente.

Para os policiais que apuram o caso, alguém deve estar mentindo. A polícia quer ouvir todos os funcionários que estavam de plantão no dia do acidente, para descobrir se alguém determinou que o veículo descesse de Santa Teresa sem as condições ideais. Pelo menos 13 empregados da Central estavam de serviço no dia da tragédia. De acordo com a investigação, o bonde número 10, que sofreu o acidente, e o 12 eram os mais velhos da frota, sendo usados apenas quando havia muitos passageiros.

Neste domingo, Alcides de Abreu Gonçalves, de 73 anos, morreu no Hospital Badim, na Tijuca, na Zona Norte do Rio, às 21h40m. Ele foi a sexta vítima do acidente com o bonde de Santa Teresa, no Rio, que causou a morte de outras cinco pessoas e deixou mais de 50 feridos no último dia 27. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, ele estava internado desde o dia 28 de agosto na unidade, onde ficou no Centro de Terapia Intensiva (CTI). Alcides morreu em decorrência de complicações clínicas causadas por um traumatismo cranioencefálico.

A equipe responsável pelo levantamento sobre a situação do sistema de bondes de Santa Teresa, no Rio de Janeiro, fez nesta terça-feira um recadastramento dos funcionários da Companhia Estadual de Engenharia de Transporte e Logística (Central). O objetivo é obter informações sobre o quadro funcional da empresa, como o número de pessoas em cada função, condições de trabalho, média salarial e nível de satisfação.

Engenheiros do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) que vistoriaram o bonde acidentado constataram que, em vez de parafuso, um pedaço de arame prendia uma peça próxima a uma das sapatas de freio. Segundo o engenheiro Luiz Carlos Cosenza, a superlotação do bonde não seria o único motivo para o acidente. Ele alertou que o desgaste de peças e a falta de manutenção podem ter causado o descarrilamento. Equipes do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) fizeram a perícia do veículo e também constataram desgaste nas peças. O laudo deve sair em 30 dias.

No momento do acidente, o bonde estava com excesso de passageiros: 62, enquanto o máximo permitido são 40. Quatro vítimas do acidente morreram na hora. Uma delas foi o motorneiro que conduzia o veículo e que fazia aniversário naquele dia.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]