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Ainda ontem, os dois policiais passaram por exames clínicos no IML | Aliocha Maurício/Tribuna do Paraná
Ainda ontem, os dois policiais passaram por exames clínicos no IML| Foto: Aliocha Maurício/Tribuna do Paraná

Dois policiais militares foram presos ontem, em Curitiba, suspeitos de terem participado da chacina que deixou quatro mortos no dia 30 de junho, na Vila Osternack, no bairro Sítio Cercado, em Curitiba. O crime é investigado pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que alega não poder passar detalhes do inquérito porque o caso corre sob sigilo.

A titular da DHPP, Maritza Haisi, e o delegado Cristiano Quintas, defenderam que há um conjunto probatório que sustenta a suspeita sobre os dois, mas que o caso ainda está em investigação. Segundo Quintas, o sigilo foi pedido para que se garantisse a "integridade do inquérito".

O advogado Cláudio Dalledone, que defende os policiais militares suspeitos de participação na chacina, diz que pediu a quebra do sigilo do inquérito. Ele alega a inocência dos policiais suspeitos e afirma que ambos têm pouco tempo na corporação, bem como boa conduta. "Pedimos a quebra do sigilo para que não prevaleça esse estado de coisas [obscuras]". O advogado quer ter acesso aos documentos que mostrem como a DHPP chegou aos suspeitos – se por meio de testemunhas, provas documentais ou imagens de câmeras de segurança.

Em entrevista concedida ao telejornal Paraná TV 1.ª Edição, da RPCTV, os policiais disseram que trabalhavam na corporação há pouco tempo juntos e que no dia da chacina estavam em uma confraternização familiar. Os suspeitos ainda contestaram a idoneidade de testemunhas ouvidas pela DHPP.

Os PMs presos foram encaminhados ao Batalhão de Polícia de Guarda, que fica em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba. Por serem policiais, eles ficam sob custódia da PM durante o processo e detidos na corporação. A prisão dos policiais é temporária, ou seja, válida, por ora, por 30 dias. Os dois policiais não seriam ouvidos ontem, segundo Quintas, por "estratégia de investigação".

O Grupo de Atuação Espe­­cial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público, não participou das investigações. O coordenador-geral do órgão, promotor Leonir Batisti, disse que a DHPP tem autonomia para realizar investigações que envolvam inclusive a suspeita de participação de policiais. Em geral, o envolvimento do Gaeco em uma investigação ocorre quando há solicitação por parte das autoridades envolvidas nos casos.

A reportagem questionou a PM sobre a conduta dos policiais na corporação e se já havia alguma suspeita do envolvimento deles com tráfico de drogas ou ameaças, mas a PM disse, via assessoria de imprensa, que "outras informações serão passadas em momento adequado, já que agora podem atrapalhar no andamento dos trabalhos investigativos".

A Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR) também foi procurada, mas não retornou até o fechamento desta edição.

O crime

O chacina ocorreu na madrugada de 30 de junho, em uma casa na Rua Jardim Alegre, no Sítio Cercado. Entre as vítimas estavam uma grávida, dois adolescentes e um homem de 29 anos, mortos com tiros na cabeça enquanto dormiam. Uma menina de 5 anos conseguiu sair da casa e avisou a PM com a ajuda de um taxista. A criança está sob a proteção do Estado.

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