Dois policiais civis e um guarda municipal de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, foram presos na manhã desta quarta-feira (4), acusados de crimes de concussão (extorsão praticada por funcionário público) e cárcere privado. Um terceiro policial civil que também teve mandado de prisão expedido pela Justiça está foragido.

CARREGANDO :)

De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP), o grupo teria mantido uma mulher acusada de tráfico de drogas presa dentro da casa dela e exigido o pagamento de R$ 100 mil para não levá-la à cadeia. "Há informações de que ainda mantiveram familiares dessa mulher sob cárcere privado para coagi-la ainda mais", conta o delegado do Gaeco Alexandre Rorato Maciel, que comandou as investigações.

O caso teria ocorrido no início do mês. Depois de pagar cerca de R$ 20 mil aos policiais, ambos investigadores, e ao guarda municipal, a mulher conseguiu fugir da casa e agora está foragida. "Recebemos diversas denúncias sobre a ocorrência, de familiares que foram mantidos reféns e de pessoas que perceberam o que estava acontecendo de fora da casa", afirma o delegado.

Publicidade

Segundo o secretário municipal de Cooperação para Assuntos de Segurança Pública de Foz do Iguaçu, Adão Luiz Souza Almeida, a vítima da extorsão, que não teve o nome divulgado, é conhecida da polícia. "Não é traficante pequena. Sabemos que estava envolvida em transporte de grandes carregamentos de drogas na região da fronteira", diz. De acordo com Almeida, o marido da suspeita e o irmão dela estão presos também pela acusação de tráfico de drogas.

A investigação da conduta dos policiais e do guarda municipal durou cerca de três semanas e foi realizada em conjunto pelo Gaeco e pelas Corregedorias da Polícia Civil e da Guarda Municipal, que solicitaram à Justiça a prisão dos suspeitos. Os mandados foram expedidos e cumpridos no início desta manhã. Um dos investigadores e o guarda municipal foram detidos em suas casas, enquanto o outro policial foi preso na delegacia da cidade. Os nomes dos presos não foram divulgados pelo Gaeco.

De acordo com Maciel, ainda não há informações se o grupo já havia praticado o mesmo crime anteriormente. Por volta das 8h30 desta quarta-feira os presos começavam a ser ouvidos pelo delegado do Gaeco. "A princípio acreditamos que foi a primeira vez que fizeram isso, mas concluiremos isso no prosseguimento das investigações". De acordo com o Gaeco, os crimes pelos quais os presos respondem podem somar até 10 anos de prisão.

Segundo o secretário municipal de Cooperação para Assuntos de Segurança Pública, o guarda municipal preso ainda responderá a um processo administrativo, por meio do qual poderá ser excluído do quadro do órgão. Ainda de acordo com Almeida, o servidor trabalha na guarda municipal há cerca de 10 anos.

De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), os policiais civis também serão alvo de processos administrativos, e ficarão sujeitos a uma punição que pode variar de advertência até a expulsão. Segundo a Sesp, os três investigadores acusados do crime eram lotados na 6ª Subdivisão Policial de Foz do Iguaçu.

Publicidade

Outro policial preso

Na semana passada, outro policial civil foi preso em Foz do Iguaçu. O policial, que trabalhava na Delegacia da Mulher, em Curitiba, foi pego em flagrante com outras três pessoas acusadas de tráfico internacional de armas de fogo. O grupo estava em um hotel próximo à Ponte Internacional da Amizade e transportava duas armas e aproximadamente 2,6 mil cartuchos de munição de diversos calibres em um veículo.

Veja também
  • Doze PMs são presos por execução de cinco jovens após confronto no Alto Glória
  • Policial Civil de Curitiba é preso em Foz acusado de tráfico de armas