Cornélio Procópio Dois homens morreram asfixiados na tarde de anteontem, na cadeia pública de Cornélio Procópio, no Norte do Paraná. A tragédia aconteceu logo depois que a Polícia Militar conseguiu conter uma tentativa de fuga na carceragem do prédio. Revoltados, os 90 homens que dividem um espaço onde só cabem 45 quebraram camas e atearam fogo nos colchões. Vanderley Petrin Ferreira, 52 anos, e Wesley Henrique Fernandes, 19 anos, presos por porte ilegal de arma e roubo, respectivamente, morreram ainda nas celas. Um terceiro homem foi levado para a Santa Casa de Misericórdia da cidade, mas não corre risco de morte.
A polícia não confirmou a versão dos familiares dos presos. Segundo eles, a confusão na cadeia começou porque a PM, que faz a segurança no local, suspendeu a visita aos detentos durante o feriado de anteontem. Revoltados, os presos teriam iniciado o motim. De acordo com o delegado-chefe da 11.ª Subdivisão Policial de Cornélio Procópio, Osnildo Carneiro Lemes, os presos atearam fogo nos colchões porque acharam que assim os policiais abririam as celas. A PM chegou a invadir a carceragem e efetuar tiros com balas de borracha, mas, segundo a polícia, ninguém ficou ferido.
O prédio que abriga a cadeia pública de Cornélio Procópio fica bem no Centro da cidade, o que aumenta a apreensão dos vizinhos. Somente neste ano, foram quatro tentativas de fuga. Construído na década de 1940, o prédio abrigava a antiga delegacia de polícia da cidade. "Como as paredes são frágeis, os presos aproveitam para tentar fugir", diz o delegado-chefe. Segundo ele, parte da carceragem é formada pelas antigas salas da delegacia, que foram improvisadas para receber os detentos. No ano passado a cadeia passou por uma reforma, mas os problemas continuam. "A única alternativa é a construção de um novo prédio para abrigar estes presos", sugere.
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