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Porto Alegre - O dono da Lotérica Esquina da Sorte, José Paulo Abend, e a funcionária do estabelecimento, Diane da Silva, foram indiciados por estelionato pelo delegado Clóvis Nei da Silva, de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, por não terem repassado à Caixa Econômica Federal os números do bolão do concurso 1.155 da Mega-Sena, vendido para 35 clientes. A conclusão do inquérito, que será remetido à Justiça Federal, foi apresentada à imprensa ontem. Se forem condenados, os dois podem pegar penas de um a cinco anos de reclusão.

O caso do bolão de Novo Hamburgo teve repercussão na­­cional. Se os números tivessem sido registrados no sistema de apostas da Caixa, os apostadores da cidade gaúcha teriam acertado as seis dezenas sorteadas em 20 de fevereiro e embolsado R$ 1,3 milhão cada um. O do­­no e a funcionária da lotérica alegaram que ela cometeu um erro ao esquecer a aposta numa gaveta sem repassá-la à Caixa. Eles não co­­mentaram a conclusão do delegado, mas seus advogados vêm sustentando que a defesa vai provar que não houve intenção de prejudicar os apostadores, nem de em­­bolsar o dinheiro referente ao bolão.

O delegado considerou a tese do esquecimento como "fraca". Ele afirmou que o proprietário não mantinha um controle adequado sobre a quantidade de apostas e não poderia oferecer o bolão a seus clientes porque a prática é proibida pela Caixa. Também destacou que a casa teve três dias para confirmar a aposta, período muito longo para alegar esquecimento.

Duas semanas depois do episódio, a Caixa cassou a concessão da lotérica. Alguns clientes decidiram mover uma ação na Justiça para tentar fazer a instituição federal, responsável pelo credenciamento das casas de apostas, assumir o pagamento do prêmio.

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