Doze pessoas morrem no RS por causa de temporais

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Porto Alegre - Os temporais que assolaram o Rio Grande do Sul na última sexta-feira e sábado causaram 12 mortes e danos em pelo menos 12 cidades gaúchas. No total, 36.490 pessoas foram afetadas. Segundo a Defesa Civil Estadual, dois municípios decretaram situação de emergência. Outras dez cidades devem fazer o mesmo. A confirmação deve ser feita nos próximos dias pela Defesa Civil e pelo governo estadual.

Durante dois dias, a chuva não deu trégua ao estado. Porto Alegre chegou a registrar rajadas de vento de até 74 km/h. Nas primeiras horas, pelo menos 64 mil pontos ficaram às escuras no estado – o fornecimento de energia elétrica ainda estava sendo normalizado ontem. Por volta das 11h, ainda havia 7,7 mil pontos sem luz nas regiões de Porto Alegre, Viamão, Canoas, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Dois Irmãos. Desses, 1,5 mil são em locais alagados, o que significa que o problema deve persistir até que a água baixe e permita o início dos trabalhos locais de manutenção do sistema.

Vítimas e estragos

Somente em Igrejinha, a 90 quilômetros de Porto Alegre, o desabamento de cinco casas vitimou sete pessoas da mesma família. Os corpos foram enterrados ontem, após um velório coletivo realizado no Parque Almiro Grings, onde é realizada a Oktoberfest da cidade. O governador Tarso Genro foi ao local e determinou que a Defesa Civil acentue sua ação preventiva.

Em Novo Hamburgo, três crianças foram soterradas na Vila Kephas, no bairro São José. Em Sapucaia do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre, Edson Miguel Trindade Farias, de 58 anos, foi eletrocutado. Na cidade de Fazenda Vila Nova (no Vale do Taquari), o agricultor Ademar Hagemann, de 67 anos, morreu após a queda de um galpão.

Dez cidades enviaram Notifi­ca­ção Preliminar de Desastre (Nopred) à Defesa Civil Estadual: São Paulo das Missões (no noroeste gaúcho); Piratini (na região sul); Igrejinha e Ivoti (no Vale do Sinos); Montenegro (no Vale do Caí); Santa Cruz do Sul (no Vale do Rio Pardo); Fazenda Vila Nova, Paverama e Tabaí (no Vale do Ta­quari); e Cacequi (no Vale do Ja­­guari). Taquari (no Vale do Taqua­ri) e Pareci Novo (no Vale do Caí) decretaram situação de emergência.

Em Piratini 80 residências ficaram destelhadas. Em Santa Cruz do Sul, o arroio Lajeadinho transbordou, alagando 80% da cidade. No total, 350 casas foram atingidas e 20 famílias, deslocadas. No município de Montene­gro, dezenas de residências foram invadidas pela água. Duzentas e cinquenta pessoas foram afetadas e 40 deslocadas. Em Tabaí, uma casa foi completamente encoberta pela terra, que deslizou. Já na cidade de São Paulo das Missões, 50 famílias foram atingidas pela cheia do rio Lajeado. Em Ivoti, três mil pessoas foram afetadas e sete famílias deslocadas. E em Pareci Novo, durante o temporal 1,2 mil pessoas chegaram a ficar isoladas.