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Atualizado em 16/06/2006 às 17h06

Uma decisão do Tribunal Regional Federal (TRF), da 2.ª região, que atente os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, permitiu que duas casas de bingo do Paraná sejam reabertas. Os nomes dos proprietários e dos estabelecimentos são mantidos em sigilo. A decisão é do dia 16 de maio, mas ainda não havia sido divulgada pelo Tribunal.

"Esse processo já tramita há mais de um ano e meio. Tivemos que aguardar a publicação para tomar as medidas cabíveis", disse o vereador Fábio Camargo (PFL), responsável por um projeto a favor do funcionamento de bingos no Paraná, em entrevista à Rádio CBN nesta sexta-feira. Camargo afirmou que se reuniu com o procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, e que ele teria prometido analisar a decisão. "Esperamos que haja um aceite do governo do estado para que não tenha que chegar novamente ao extremo de ter funcionários e apostadores em confronto com a polícia", complementou.

Em resposta à afirmação do vereador, Botto confirmou na tarde desta sexta-feira, por meio de sua assessoria de imprensa, que houve a reunião com Camargo mas que nada foi prometido. "Eu estranho muito. Eu disse que a questão já estava analisada e que não valia absolutamente nada a decisão do Tribunal. E que se houver alguma abertura, a polícia vai agir", enfatizou.

Desde abril de 2003, um decreto do governador Roberto Requião suspende uma resolução de agosto de 2002 que regulamentava o jogo no estado. As discussões jurídicas sobre a legalidade do bingo começaram em 2001, quando a Lei Maguito retirou a competência da Caixa Econômica Federal. A partir daí, foram dois anos de muitas confusões, com liminares abrindo casas, o governo estadual recorrendo das decisões e a polícia fechando as portas dos estabelecimentos.

Uma das situações mais marcantes aconteceu no final de 2003, quando dois bingos de Curitiba foram transformados em praças de guerra. Como mostrou uma reportagem da Gazeta do Povo do dia 12 de dezembro daquele ano, após duas horas funcionando, ancorados por alvarás expedidos pela prefeitura (na época com base na promulgação da Lei 10.770, permitindo a abertura de bingos na capital), dois bingos foram fechados à força pela polícia.

Houve muita resistência por parte de funcionários, apostadores, empresários, advogados e do vereador Fábio Camargo. Em uma das casas, duas mulheres e um homem chegaram a ser agredidos. A operação policial envolveu cerca de 100 homens, armados com cassetetes e bombas de gás.

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