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Localizado há 19 quilômetros do Centro de Curitiba, na divisa com o município de Araucária, o bairro Campo de Santana, no extremo sul da capital paranaense, foi o que mais cresceu na última década. A expansão demográfica da região é fácil de ser vista. O bairro é um verdadeiro canteiro de obras: são casas, apartamentos, condomínios. Tudo em construção.

Há uma semana, o metalúrgico Francisco José Fuszczynski, 42 anos, terminou de construir a residência e se mudou com a esposa e a filha para o bairro. A opção por morar no Campo de Santana aconteceu depois de ele avaliar os preços dos terrenos em Curitiba. "Nós morávamos no Novo Mundo, mas não tínhamos condições de comprar qualquer coisa lá", diz.

Quando adquiriu o terreno, em 2005, conta o metalúrgico, o bairro era apenas um matagal. Hoje, quase seis anos depois, o Campo de Santana ganhou casas, praças, escolas e posto de saúde. Na opinião da esposa dele, a professora Perpétua Martinez Fuszczynski, 35 anos, o bairro é bom, mas ainda precisa de melhorias. "Tem a questão da segurança, falta asfalto em algumas ruas, uma creche, mas o bairro é bom", afirma. Perpétua trabalha na Escola Municipal João Amazonas, a três quadras da casa dela. A filha, Ana Letícia Fuszczynski, 7 anos, estuda lá.

De acordo com a prefeitura, o crescimento no Campo de Santana é explicado pela implantação, ao longo dos anos, de conjuntos habitacionais populares e de ocupações irregulares.

Retração

Do outro lado, o Padro Velho, bairro que abriga o principal câmpus da Pontifícia Uni­­ver­­sidade Católica do Paraná (PUCPR) e o Teatro Paiol, foi o que mais perdeu população nos últimos dez anos. Percorrendo as ruas do bairro, que fica perto do anel central, não se vê qualquer construção. São apenas residências antigas, a maioria à venda, e pequenos comércios.

Há 23 anos, Carlos Alberto Portes trabalha no bairro. Pro­­prietário de um pequeno bar, ele diz que as pessoas não procuram mais o Prado Velho para morar. "Aqui, ninguém constrói casas. Quando uma é vendida, certamente vai virar um comércio", diz. Ele conta que os únicos jovens que vê na região são os estudantes da PUCPR. "A população é mais velha", afirma. Para Portes, o preço e a idade dos antigos imóveis são os responsáveis pela migração dos últimos anos.

Para especialistas, as causas apontadas para a diminuição da população no Prado Velho são envelhecimento das habitações, ocupações antigas, sentimento de insegurança entre a população e o crescimento do comércio, do tráfego e da poluição sonora.

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