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Brasília (Folhapress) – O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB- PR), afirmou que pedirá à consultoria jurídica da comissão para estudar a possibilidade de indiciar o publicitário Duda Mendonça no relatório final por obstrução às investigações.

No depoimento fechado de ontem, o publicitário se recusou a responder às perguntas feitas pelos parlamentares sobre as investigações de suas contas no exterior. Ele disse que seguia uma estratégia combinada com seus advogados.

Duda estava amparado por um habeas-corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. A liminar garantia a Duda o direito de ficar calado diante de perguntas que considerasse que pudessem incriminá-lo.

A liminar também garantia que Duda deveria responder apenas às perguntas que não o incriminassem.

Como essa diferença é subjetiva, segundo Serraglio, Duda se aproveitou para não responder à maioria das perguntas formuladas na sessão aberta. A única pergunta que o publicitário respondeu foi a do deputado Carlos William (PTC-MG), que perguntou se Duda acreditava em Deus. "Sim, deputado, eu acredito em Deus."

Sem respostas

No começo do depoimento, ele avisou que ficaria calado. "Minha intenção era vir aqui e responder às perguntas da mesma forma. Gosto das coisas francas e abertas. Meus advogados me convenceram a não falar, dizendo que falei uma vez e me dei mal e que qualquer coisa que eu dissesse iria comprometer a minha defesa."

Ele adotou a mesma estratégia de silêncio na segunda parte do depoimento, que foi fechada e restrita aos quatro parlamentares que tiveram acesso aos dados sigilosos sobre as contas no exterior enviados pela Promotoria de Nova Iorque: o presidente Delcídio Amaral (PT-MS), o relator Osmar Serraglio (PMDB-PR) e os deputados Eduardo Paes (PSDB-RJ) e Maurício Hands (PT-PE).

Os dados sigilosos das conta do publicitário Duda Mendonça mostram a migração de recursos próximos a R$ 3 milhões da conta Dusseldorf, aberta no exterior para receber recursos do PT, para outras seis contas.

Os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) resolveram ontem investigar a renovação de um contrato firmado pela Petrobrás com a agência de publicidade Duda Mendonça e Associados. Também deverão ser averiguadas as prorrogações de contratos com as agências F/Nazca S&S Publicidade e Rede Interamericana de Comunicação.

O TCU tomou a decisão ao analisar uma representação do líder da minoria no Senado, José Jorge (PFL-PE), que pediu que fossem verificadas as dilações dos contratos e as suspeitas de uso para fins eleitorais da campanha publicitária da empresa sobre a auto-suficiência brasileira em petróleo.

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