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Rio – O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos disse ontem, no Rio, que é "ponto de honra" para a Polícia Federal (PF), o governo e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva candidato da Coligação A Força do Povo (PT-PRB-PC do B) à reeleição, identificar a origem do R$ 1,7 milhão apreendido com os acusados de negociar um dossiê contra tucanos na semana passada. Bastos prometeu que a PF apresentará os responsáveis pelo dinheiro, mas não disse se será antes ou depois da eleição.

Ao contrário, afirmou que o calendário eleitoral não pode prejudicar a investigação. Ele repetiu que a polícia está empenhada em descobrir a fonte do dinheiro, mas não deu nenhuma informação nova sobre a apuração.

"O presidente Lula me recomendou, novamente, hoje (ontem) de manhã. É um ponto de honra para ele a solução disso. Nós vamos resolver. A Polícia Federal vai decifrar esse caso, junto com o Ministério Público. São duas instituições que estão trabalhando no Brasil de uma maneira nova, independente. Não há influência política na PF, assim como não há no MP", disse, após participar do encerramento da Assembléia-Geral da Polícia Internacional (Interpol). A cerimônia, onde também estava o diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, não foi aberta.

Mesmo sem informar avanços no rastreamento do dinheiro, ele considerou o caso do dossiê "praticamente esclarecido", uma vez que, para ele, "a cadeia causal de autoria já foi desvendada até por confissão das pessoas".

Bastos disse que a polícia, ao lado do MP, "está fazendo tudo" para descobrir a fonte dos recursos. Segundo o ministro da Justiça, a PF acionou o Federal Reserve (Fed-Reserva Federal) e outras instituições internacionais para colaborarem na investigação da origem dos dólares, que entraram, ilegalmente, no país. Bastos disse que, provavelmente, os acusados serão indiciados por crime contra o sistema financeiro, mas voltou a pedir mais tempo para conclusões.

O ministro reconheceu que identificar as contas de onde vieram os reais apreendidos a partir do número de série das cédulas é uma operação simples, mas, mesmo assim, não vê demora no trabalho da PF.

"Compreendo a excitação das pessoas que querem uma solução rápida. Nós também queremos. Mas a rapidez não pode vir em prejuízo da competência e da seriedade da investigação", disse o ministro.

Demonstrando impaciência, Bastos voltou a pedir crédito para a isenção da PF. "Se não fosse o trabalho da PF abortando a compra do dossiê, isso teria ficado obscuro, inexplicado pelo resto do tempo", argumentou.

Sobre os que dão palpites sobre os passos da PF e cobram resultados, o ministro avisou: "Não se pode entrar na histeria da campanha e submeter a investigação policial à lógica e ao tempo eleitoral. Isso não tem sentido. Não se pode prejudicar uma investigação para obter um efeito eleitoral", disse.

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