Dez dicas da unicef
Conheça maneiras de evitar o racismo desde a infância :
1 Eduque as crianças para o respeito à diferença. Ela está nos tipos de brinquedos e na língua falada.
2 Palavras, olhares, piadas e algumas expressões podem ser desrespeitosas com outras pessoas, culturas e tradições.
3 Não classifique o outro pela cor de pele.
4 Se seu filho foi discriminado, abrace-o, apóie-o. Mostre-lhe que a diferença entre as pessoas é legal.
5 Não deixe de denunciar em qualquer caso de discriminação.
6 Proporcione e estimule a convivência de crianças de diferentes raças e etnias.
7 Valorize o comportamento respeitoso e sem preconceito em relação à diversidade étnico-racial.
8 Muitas empresas estão revendo sua política de seleção e de pessoal com base na multiculturalidade e na igualdade racial.
9 Órgãos públicos de saúde e de assistência social estão trabalhando com rotinas de atendimento sem discriminação para famílias indígenas e negras.
10 As escolas são grandes espaços de aprendizagem. Ajude a instituição de seus filhos a também adotar essa postura.
Uma campanha do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lista dez orientações a pais e professores para uma educação livre do preconceito e do racismo. Segundo especialistas, um dos reflexos da discriminação racial é o alto índice de vulnerabilidade a que negros e índios no Brasil são submetidos desde a infância. O combate às desigualdades socioeconômicas passaria em primeiro lugar pelo respeito à diversidade com iniciativas que deveriam começar em casa, estendendo-se à escola e ao ambiente de trabalho.
"Nos últimos anos vimos muitos avanços nas políticas públicas brasileiras voltadas a populações de baixa renda. Mas, ações como essas não têm força suficiente sobre um problema que vai além da questão social e econômica, mas que afeta em especial o psicológico daqueles que sofrem discriminação", observa a especialista em Programas de Proteção à Infância do Unicef no Brasil, Helena Oliveira Silva. No Brasil, as vítimas em potencial do preconceito racial passam de 30 milhões. Esse é o número em todo o país de crianças negras ou indígenas.
Segundo a psicóloga, ao conviver com o preconceito desde cedo essas crianças têm a identidade e a autoestima afetadas, inflando os ainda preocupantes índices de vulnerabilidade. Cerca de 60% da população de 7 a 14 anos que não frequenta a escola é composta de negros. O índice de mortalidade infantil entre os indígenas é duas vezes maior do que a taxa nacional: 41 mortes para cada mil nascidos vivos contra 19 por mil na média nacional. "O que se percebe é que esses grupos, apesar dos investimentos, não conseguem deixar essa condição", aponta.
O respeito à diversidade, orienta o psicólogo especialista em família, Jorge Augusto Fiori, precisa começar em casa. Essa postura, no entanto, deve partir dos próprios pais. O problema, segundo o médico, é quando os próprios pais precisam trabalhar essa mudança de comportamento.
Convivência
Uma das recomendações do Unicef, o de estimular a convivência de crianças de diferentes raças e etnias nas brincadeiras, nas salas de aula, em casa ou em qualquer outro lugar, é seguida naturalmente pela hoteleira Denise Roth e a professora Dulce Franco, mães de Pietro e Bruno. Os dois estudam juntos há quatro anos, são amigos também fora da escola e exemplo de que o esclarecimento é a melhor arma contra a discriminação.
"O importante é não se deixar afetar pelo preconceito", ensina Dulce. "Reconhecer a diferença e saber lidar com isso é o mais importante. O autopreconceito é o mais prejudicial. Não se pode potencializar a diferença, rotular", diz. Para Denise, o ideal seria se todos soubessem conviver e valorizar a diversidade. "As diferenças são essenciais, têm que existir. O que precisa mudar é a postura, exigir o mesmo tratamento e respeito que é dado a uma ou outra pessoa, independentemente de raça, cor, classe social ou grau de estudo", completa.
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