Educação é a chave para mudar cultura, apontam especialistas

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As contribuições das mudanças da Lei Seca vão além dos novos instrumentos de fiscalização. Especialistas destacam que, além das sanções severas, a nova legislação têm tido um caráter pedagógico. E é justamente em ações de cunho educativo que eles apostam para consolidar uma cultura em que os condutores desconsiderem dirigir após ter bebido qualquer quantidade de álcool.

“É uma lei que, ao longo do tempo, vai ajudar a educar o condutor”, apontou o chefe de comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Wilson Martinez.

Paralelamente, as instituições têm apostado em atividades educativas específicas para conscientizar os motoristas. A PRF, por exemplo, chega a visitar “bailões” e casas noturnas localizados em rodovias federais, avisando das fiscalizações nos arredores. Isso tem reduzido acidentes em pontos críticos, mapeados previamente.

“Nós não fazemos ‘comandos’ surpresa. Pelo contrário. Avisamos que estamos fazendo blitze. Além do efeito pedagógico, se a pessoa fosse beber e dirigir, ela deixa de o fazer, porque sabe que vai ser multada ou até presa”, apontou Martinez.

O Instituto Paz no Trânsito (IPTran) aposta em uma série de campanhas criativas. Em uma delas, a entidade promove exposição com “brinquedos órfãos”, que pertenciam a pessoas que morreram em acidentes provocados por condutores bêbados. Em outras ações, as mães que perderam filhos para a violência no trânsito vão às ruas, conscientizar motoristas.

“Nós acreditamos no poder da educação, em todas as formas. Um [motorista] vai ser atingido por uma ação mais impactante, enquanto outro já se sente tocado por uma campanha mais simbólica. Temos que chegar a todos”, disse a coordenadora técnica do IPTran, Dayse Tonial.

Outros órgãos, como a Polícia Rodoviária Estadual e o Departamento de Trânsito do Paraná também destacam que a educação é a chave para mudar o comportamento dos condutores. “Nós, do Detran, realizamos um trabalho permanente para conscientizar motoristas que insistem em assumir a direção sobre influência de álcool”, disse o diretor-geral do Detran, Marcos Traad, por meio de nota.