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Segundo Inês, o cachorro que mordeu a idosa - e acabou sendo morto - não era violento. Na foto, ela acaricia o outro pitbull da casa | Patricia Pereira / Gazeta do Povo
Segundo Inês, o cachorro que mordeu a idosa - e acabou sendo morto - não era violento. Na foto, ela acaricia o outro pitbull da casa| Foto: Patricia Pereira / Gazeta do Povo

Inês do Rocio Mattoso vive na Rua Professor Julio Teodorico Guimarães, no bairro Pinheirinho, em Curitiba, há cerca de um mês. Na tarde de quinta-feira (2), a casa dela foi o cenário de um episódio trágico, no qual uma idosa teve parte do braço arrancado por um pitbull. O animal foi morto na sequência. Para Inês, porém, não havia necessidade disso.

O pitbull batizado de Razlem tinha seis anos e estava na família desde filhote. "Ele foi o melhor cachorro que eu já tive, o mais querido, o mais brincalhão, o mais bobão", lamenta a dona, que não estava em casa no momento do incidente. "Eu estou muito triste pela Dona Clara [idosa que sofreu o ataque], porque sei que ela ama animais, mas também estou muito triste pelo meu cachorro", declarou Inês. "Ele até dormia com meu neto de quatro anos, e nunca atacou ninguém", completou.

O animal estava no quintal de Inês junto com um filhote de vira-lata, que ela adotou há poucas semanas. O terceiro cachorro, outro pitbull, estava trancado no canil. Conforme Inês, o vira-lata fugiu pela fresta do portão e Dona Clara o apanhou da rua para colocá-lo de volta no quintal. "Ela segurou o cachorro e colocou o braço para dentro do portão e nisso, eu imagino, o pitbull achou que o filhote estava em perigo e foi defender".

A idosa foi socorrida por vizinhos e levada para um posto de saúde, onde foi encaminhada para o Hospital do Trabalhador. Ela passou por uma cirurgia no final da tarde de quinta-feira (2) para tentar reimplantar o antebraço, mas uma equipe médica analisou o membro e concluiu que ele não estava em condições de ser reimplantado. O estado de saúde de Dona Clara era estável nesta sexta-feira (3), mas ela permanecia internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por precaução, de acordo com o hospital. Ela mora em frente à casa de Inês e tem 18 cachorros.

A Polícia Militar (PM) foi acionada depois que a idosa já tinha sido socorrida, segundo o coronel Carlos Sussumo Ota. "Fomos chamados para prestar apoio e, quando chegamos, o cachorro já estava morto por asfixia", disse. O Corpo de Bombeiros também afirmou que chegou depois, apenas para apanhar o membro da idosa. O Serviço de Apreensão de Cães Ferozes da Guarda Municipal também foi até o local. Em contato com a Gazeta do Povo, na tarde de quinta-feira, a Guarda Municipal afirmou que foi apenas para prestar apoio a uma situação atendida pela PM.

Danielly Savi, que é protetora independente de animais, disse que o cachorro foi morto por asfixia, causada pelo uso de um cambão, uma espécie de coleira para conter animais. "Ninguém estava em perigo, não tinha razão para ele ser morto", defendeu. Como foi relatado a ela por moradores, o animal estava para dentro do portão, enquanto era enforcado pelas pessoas que estavam do lado de fora. Danielly ainda não sabe qual equipe foi a responsável pela morte de Razlem, mas afirmou que vai reunir provas e entrar com uma ação contra os responsáveis.

A situação da mordida foi registrada pela Polícia Militar, que deve encaminhar o boletim de ocorrência para a Polícia Civil.

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