Em assembleia realizada na manhã desta quinta-feira (26), os funcionários da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo decidiram não entrar em greve. Segundo o Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo (Simesp), a decisão foi adotada para não prejudicar o futuro da entidade nem a assistência à população.
Os profissionais - que estão com os salários de novembro e o 13° atrasados - estabeleceram um prazo de 30 dias para avaliar a evolução da venda de um imóvel na Avenida Paulista - que o hospital pôs como garantia num empréstimo com a Caixa Econômica Federal. O dinheiro seria usado para os pagamentos.
Também foi convocada para esta sexta-feira (27), às 10 horas, uma manifestação em frente à sede da Santa Casa. Os profissionais afirmam que continuarão com suas reivindicações de mudanças administrativas na instituição, como a saída do provedor, Kalil Rocha Abdalla.
Abdalla chegou a se licenciar por 90 dias em dezembro, mas os funcionários exigem sua renúncia.
Na quarta (25), uma reunião entre os representantes da Santa Casa e dos sindicatos de trabalhadores terminou sem acordo. A Santa Casa propôs o pagamento dos vencimentos atrasados aos trabalhadores em 36 parcelas, a partir de agosto, proposta que foi rejeitada.
Crise
Segundo uma auditoria contratada pelo governo do Estado de São Paulo no fim do ano passado, a dívida da Santa Casa de São Paulo supera os R$ 770 milhões. Só os débitos com fornecedores superam R$ 100 mi.
No começo do ano, a Santa Casa anunciou que demitiria 1.100 funcionários para aliviar as contas. Dias depois, porém, a decisão foi suspensa. Em julho de 2014, a instituição chegou a fechar o atendimento de urgência e emergência por pouco mais de um dia.
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