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A Secretaria de Saúde de Curitiba divulgou nesta segunda-feira (10) um relatório parcial de auditoria que aponta que a UTI Geral do Hospital Evangélico, em que trabalhava a médica Virginia Soares - suspeita de abreviar a vida de pacientes –, não forneceu informações sobre protocolos de procedimentos, apesar de reiterados pedidos. De acordo com a pasta municipal, outros sete hospitais de Curitiba passaram pela mesma fiscalização.

"A auditoria solicitou os protocolos [ao Evangélico] reiteradas vezes e não os recebeu. Se existiam, não foram repassados para a comissão. Por isso, subtendemos que não existiam [antes da mudança na gestão da UTI] protocolos e que as condutas eram realizadas sob concepção das pessoas que lá trabalhavam. Isso é muito frágil e mostra vulnerabilidade no serviço", afirmou Adriano Massuda, secretário municipal de Saúde.

Segundo Maria Eugênia Costa, coordenadora da secretaria na sindicância, o Hospital informou que seguia os protocolos, mas não os apresentou fisicamente. "Eles disseram que seguiam pelas avaliações que tinham por internet, mas não os disponibilizaram para a comissão", disse.

De acordo com Massuda, porém, o fato do Hospital não ter apresentado os protocolos não incrimina as suas condutas médicas.

Após a mudança da equipe que conduzia a UTI Geral do Hospital Evangélico, a Secretaria Municipal de Saúde disse ter recebido todos as informações solicitadas à diretoria. Em nota, a pasta ressaltou que o hospital oferece serviços de qualidade e segurança para os pacientes que necessitam de terapia intensiva.

No total, a Secretária da Saúde diz ter analisado 130 leitos de UTI gerais adultas dos oito hospitais avaliados: Hospital das Clinicas, Cruz Vermelha, Evangélico, Santa Casa, Hospital do Trabalhador, Zilda Arns, São Vicente e Cajuru. Ainda serão auditados os leitos de UTIs especializadas, como as de cardiologia e oncologia. Durante a auditoria, foram avaliados itens como organização, desempenho global e padrão de funcionamento, recursos humanos disponíveis, processo de trabalho e acesso aos recursos materiais.

Outro lado

Procurada pela reportagem, a Assessoria de Imprensa do Hospital Evangélico informou que não iria se pronunciar sobre o relatório parcial da auditoria neste momento. Elias Matar Assad, advogado da médica Virginia Soares, não atendeu aos telefonemas da reportagem para comentar especificamente as informações parciais da auditoria.

Em nota, porém, o advogado criticou a conotação dada por reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, divulgada no anteontem. Na matéria, Virginia afirma que "nunca abreviou a vida de ninguém" e que acredita ser vista como "um demônio" pela sociedade.

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