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O desenvolvimento de um projeto habitacional de baixo custo segue outras iniciativas, como o carro Tata Nano, de US$ 2 mil | Adnan Abidi/Reuters
O desenvolvimento de um projeto habitacional de baixo custo segue outras iniciativas, como o carro Tata Nano, de US$ 2 mil| Foto: Adnan Abidi/Reuters
  • Laptop de US$ 100, para ser distribuído em escolas

Ideias criativas que aliam conhecimento, tecnologia e não necessitam de tantos recursos financeiros são cada vez mais usadas ao redor do mundo para solucionar problemas e transformar a realidade de lugares e pessoas. Recentemente, Vijay Govindarajan, professor da Dartmouth College’s Tuck School of Business, nos Estados Unidos, lançou um desafio em um blog: construir uma casa digna com menos de US$ 300, aproximadamente R$ 480.

No site, o autor do concurso diz que a casa será uma possível alternativa para solucionar o problema de moradia nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, como o Brasil. Govindarajan escreve que ficou surpreso com a quantidade de ideias que recebeu desde que o desafio foi lançado, em fevereiro deste ano.

O desafio, que para alguns parece ser impossível, não chega a ser uma novidade. Em 2005, o cientista da computação Nicholas Negroponte apresentou um laptop de apenas US$ 100 dólares (R$160). A ideia era de que o aparelho fosse distribuído em larga escala para estudantes em regiões pobres do planeta. Países da América Latina, entre eles o Brasil, chegaram a encomendar algumas unidades, mas os impostos encareceram o produto e o projeto batizado de "Um computador por aluno" não foi adiante.

Entretanto, o computador a US$ 100 abriu espaço para um grande universo de inovações na área de informática, que incluem netbooks a preços reduzidíssimos. O mesmo aconteceu no setor automobilístico com o Tata Nano, o carro mais barato do mundo, que custa US$ 2 mil (cerca de R$ 3,2 mil), produzido pelo Grupo Tata. Os dois exemplos inspiraram Govindarajan.

Tecnologia social

Embora não seja tão semelhante, no Brasil existem iniciativas que têm o mesmo objetivo. Em 2001, a Fundação Banco do Brasil criou um prêmio de tecnologia social. De acordo com o banco, a tecnologia social compreende produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidos na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social. São exemplos o clássico soro caseiro no combate à desidratação e as cisternas de placas pré-moldadas que atenuam os problemas de acesso a água de boa qualidade à população do semi-árido.

De acordo com a organização, o prêmio tem o objetivo de identificar, certificar, premiar e difundir tecnologias sociais já aplicadas e que sejam efetivas na solução de questões relativas a alimentação, educação, energia, habitação, meio ambiente, recursos hídricos, renda e saúde.

Além do prêmio em dinheiro, o vencedor tem a tecnologia cadastrada no Banco de Tecno­logias Sociais. "Produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas em interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social são importantes para o país. Os investimentos em tecnologia social, somente em 2010, ultrapassam os R$ 118 milhões em mais de 700 iniciativas. Estima-se que essas ações, apenas no Brasil, envolveram um público de 273 mil participantes diretos", diz Jorge Streit, presidente da fundação.

De acordo com o professor da Universidade Estadual de Cam­­­pinas Renato Peixoto Dagnino, 99% dos recursos voltados à ciência e à tecnologia no Brasil são gastos em tecnologia convencional. "Temos de exigir dos nossos governantes mais recursos para a tecnologia social. Ela não é visualizada pela sociedade, ainda, e precisa ser fomentada e financiada."

Serviço:

Quem tiver um projeto e quiser se inscrever no concurso da casa de US$ 300 deve entrar no site www.300house.com/. Para inscrever uma tecnologia na Fundação Banco do Brasil, basta acessar o site www.fbb.org.br/

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