• Carregando...

Mesmo com os perigos à saúde nos procedimentos de piercings e tatuagens, muitos deslizes ocorrem pelos estabelecimentos diante das normas em vigência. Legislações federais, estaduais e municipais tratam das regras a serem seguidas na aplicação, mas é raro encontrar locais que cumpram os requisitos integralmente. Em Curitiba, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, dos 51 estabelecimentos cadastrados para as aplicações, apenas 19 estão com a licença vigente. Os outros 32 pontos têm pelo menos uma irregularidade, mas ainda funcionam normalmente.

A chefe da Vigilância Sani­tária para Serviço de Interesse à Saúde do município, Lucineia Pinto, justifica a situação dizendo que não existem falhas graves nesses estabelecimentos que coloquem em risco os clientes. "São pequenos pontos a serem aprimorados, até pelo grande rigor da legislação, mas suas correções estão sendo acompanhadas de perto."

Exigências

Um dos estabelecimentos que tem toda a situação legalizada na cidade é o Golden Hair Cabelei­reiros e Estética, onde funciona o Studio de Tatuagem e Piercing de Gil Tattoo. Há 19 anos no ramo, Gil diz que a exigência dos clientes e a fiscalização dos pontos que realizam os procedimentos vêm aumentando muito nos últimos anos. "De cerca de dez anos para cá, a procura pelo serviço aumentou, assim como a fiscalização. E dessa forma, os lugares e profissionais comprometidos tiveram de se adaptar", afirma.

Os riscos nos procedimentos, no entanto, ainda são presentes e devem despertar a atenção dos clientes, que têm o direito de exigir qualidade e segurança nos procedimentos, de acordo com o dermatologista Elso Elias Vieira Júnior, especialista na orientação de procedimentos de saúde a profissionais da beleza – como os tatuadores e aplicadores de piercings.

Lesões e doenças

Segundo o médico, esses procedimentos podem levar não apenas a lesões e infecções na pele, mas também ao contágio de doenças ainda mais perigosas, como os vírus das hepatites B e C e também do HPV. Nesses casos, a transmissão do vírus poderia vir do contato com materiais ou com profissionais que podem estar contaminados com as patologias. Na visão de Vieira, o risco poderia estar no fato de que, não raramente, os próprios aplicadores desconhecem os perigos dos procedimentos e podem não saber se possuem alguma dessas doenças.

O médico lembra que toda a rede pública de saúde distribui gratuitamente vacinas de algumas dessas doenças aos profissionais da beleza. Além disso, em suas atividades na Uni­versidade de São Paulo (USP) o próprio médico organiza cursos anuais voltados aos cuidados que esses profissionais devem levar em conta.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]