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Muito já se falou por aqui sobre os rios de Curitiba, que correm carregando uma enormidade do esgoto produzido pelos seus habitantes. Esgoto é uma coisa e água tratada é outra. O cidadão paga pelo uso da água que consome e paga depois que ela é eliminada, pelos ralos, pelas pias ou pelas descargas; não importa que vá pela tubulação até onde o esgoto deve ser tratado ou que caia diretamente numa valeta, riacho ou rio. A taxa cobrada pelo serviço vem na conta da água e gira em torno de oitenta por cento do valor estipulado ao precioso líquido.

Quem circula pela cidade, tanto no Centro como em alguns bairros, sabe que tem esgoto nos rios que correm aos seus pés pela fedentina exalada por esses condutores subterrâneos de águas mortas, através dos bueiros e bocas de lobo. Ninguém aguenta transitar, por exemplo, na Avenida Vicente Machado, a partir da esquina com a Rua Coronel Dulcídio, na Praça Zacarias e na Carlos Gomes ou na Rua Pedro Ivo. Por ali, o povo transita sobre um dos grandes condutores de esgoto subterrâneo, o Rio do Ivo, completamente contaminado desde a sua nascente no Batel até descarregar sua carga pestilenta no igualmente corrompido Rio Belém.

O curitibano se maravilha com as paisagens arquitetônicas criadas e instaladas pelos quatro cantos da cidade. Tudo na superfície, mal sabe da imundice que navega pouco abaixo de seus pés. É de dar medo a quantidade de ratos que circulam pelas ruas do centro da cidade nas madrugadas; baratas, que na calada da noite invadem onde houver resíduos de cozinhas. Enquanto isso, as autoridades alertam para o perigo que os pombos trazem à saúde da população. Isso quase todo mundo sabe, mas enfim tais aves estão à vista, e o que a gente não vê? Não conta? Onde está o tal saneamento básico? Talvez, unicamente, no discurso dos candidatos.

No meu tempo de piá, o Rio do Ivo e o Rio da Água Verde tinham suas águas límpidas, habitadas por barrigudinhos e girinos de rãs e sapos; as libélulas vinham arrastar seus traseiros nos remansos das curvas. Hoje, neca! As águas curitibanas estão vilipendiadas, poluídas e mortas desde as suas nascentes. Entretanto, ainda escutaremos muitas arengas de sanitaristas e ecologistas de gabinete que temos de salvar nossos rios. Temos quem? Nós que temos nossas narinas agredidas por maus odores? Ou será que isso é competência de quem arrecada impostos destinados a proteger os munícipes pagantes?

Vamos dar um passeio por algumas das águas de Curitiba de antigamente, através de velhas e históricas fotografias. Antigamente nossos rios eram assim, com o tempo as águas rolaram...

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