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Em depoimento à Justiça, na última quarta-feira (26), a cozinheira Cláudia Martins afirmou que o empresário Arthur Sendas foi baleado logo que chegou à porta de seu apartamento para atender o motorista Roberto Costa Júnior, sem ter sequer tempo de falar. Roberto está preso na Polinter da Pavuna, no subúrbio do Rio, acusado da morte do empresário.

Também ouvido pelo juiz Wilson Kozlowski, do 1º Tribunal do Júri do Rio, o acusado do crime, ocorrido em 20 de outubro, voltou a dizer em depoimento que o tiro foi acidental.

O réu, a cozinheira da família Sendas e mais cinco testemunhas de acusação foram ouvidas na mesma audiência. A cozinheira Cláudia Martins afirmou que estava dormindo na noite do crime e que, por volta de meia-noite, escutou a campainha tocar de uma forma longa, por duas vezes. Ao abrir a porta, disse ter notado que o motorista estava nervoso.

Acusado diz que empresário o empurrou

Em seu depoimento, Roberto Costa Júnior, de 28 anos, afirmou ter sido recebido por Sendas, que estaria alterado e não o teria deixado concluir o que estava falando. Júnior disse ainda que o empresário o teria tratado de forma diferente e o teria empurrado.

O acusado voltou a defender sua versão de que o tiro foi acidental: contou que, como estava com um short de tactel, a arma teria caído no chão, e, quando foi tentar pegá-la, os dois teriam brigado pela pistola, que disparou. Júnior disse ainda que tinha ido falar sobre pagamento com o patrão e que teve medo de ficar desempregado em razão de uma viagem de João Arthur, neto do empresário para quem dirigia. E que se entregou à polícia por "não ser bandido".

Pai nunca perguntou ao filho sobre crime

Em seu depoimento, o pai do acusado, Roberto Costa, disse que nunca sentiu vontade de perguntar ao filho o motivo do crime. Contou também que nunca portou arma, mas que Júnior tinha uma registrada.

Costa trabalhava para Arthur Sendas havia 28 anos, enquanto seu filho era empregado do grupo havia oito. Ele disse ainda que o filho nunca comentou que estava com medo de ser demitido e que desconhecia qualquer problema entre ele e o empresário.

Jogo do Vasco

Já Maria Sendas contou em depoimento que, na noite do crime, o pai do acusado tinha levado ela e o marido para casa, no Leblon, na Zona Sul do Rio, após um jogo do Vasco. A esposa de Sendas disse ainda que os dois já estavam preparados para dormir quando a cozinheira o avisou sobre a visita de Roberto Costa Júnior.

Ela contou que o empresário foi atendê-lo por pensar que o pai do acusado teria sofrido um acidente e estaria precisando de ajuda. Depois, ouviu um estampido. Foi sua filha que lhe deu a notícia de que o marido tinha levado um tiro e estava agonizando na área de serviço.

Logo após o tiro, outro funcionário, Roberto de São Clemente, há seis anos com a família, contou ter encontrado a cozinheira em desespero na cozinha e que Sendas já estava ofegante. Um dos porteiros ouvidos pelo juiz confirmaram que o acusado tinha livre acesso ao prédio, podendo, inclusive, descansar na sala dos motoristas.

Empresário chegou a ser levado para o hospital

O empresário Arthur Sendas morreu às 2h35 de 20 de outubro. Ele chegou a ser levado para o Hospital Samaritano, em Botafogo, Zona Sul do Rio, mas faleceu antes mesmo de ir para cirurgia.

No dia seguinte ao crime, o delegado Rafael Menezes, responsável pelas investigações, explicou que o laudo do Instituto Médico Legal (IML) descartava qualquer possibilidade de que o disparo tenha sido acidental. Segundo a polícia, o tiro foi dado a uma curta distância.

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