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Os servidores do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) mantêm o funcionamento da unidade em índices mínimos desde as 7 horas desta quinta-feira (3). Eles atendem apenas as situações de urgência e emergência até as 7 horas da sexta-feira (4). O ato faz parte da mobilização da classe para exigir melhorias salariais e a retirada da Medida Provisória 520, que desvincula os hospitais universitários das universidades que estão relacionadas.

Em assembleia geral, no início da manhã desta quinta, os servidores da Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar) que trabalham no HC aprovaram o indicativo de greve. A posição será levada para o encontro nacional da categoria, que vai acontecer em Brasília, no dia 16 de fevereiro, onde serão avaliadas as paralisações nos demais hospitais universitários e serão votadas as próximas ações do movimento.

Além de reuniões e debates sobre a MP 520, o grupo realizou uma passeata, com cerca de 300 pessoas entre a Praça Santos Andrade e a Boca Maldita. De acordo com o diretor de formação política do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná (Sinditest), Bernardo Pilotto, a ação teve repercussão. "Acredito que os funcionários, a direção do hospital e até os pacientes com quem conversei entenderam a situação dos funcionários. Foi um movimento com adesão maior do que nos últimos anos", comenta. Além da passeata, o grupo fez reuniões e debates durante todo o dia para fazer esclarecimentos sobre a situação dos servidores. A MP 520 torna a relação dos hospitais com as universidades como contratual. A justificativa para a edição da medida foi atribuída à necessidade de resolver o contrato irregular de trabalhadores ligados às fundações, nestes hospitais. O Tribunal de Contas da União (TCU) tinha declarado a ilegalidade da situação dos 26 mil contratados em todo o país nessas condições.

De acordo com Pilotto, a medida, que passou a ter validade em 31 de dezembro, teve o prazo estendido. Uma nova decisão dependerá de discussão em sessão do TCU que defina a situação. "Estamos em um momento bastante incerto", pontua o diretor.

Atendimento mantido

De acordo com a diretora geral do HC, Heda Maria Barska dos Santos Amarante, a posição do hospital diante da paralisação dos servidores é de compromisso com a comunidade. "Vamos dar atendimento e não deixar que ocorram danos ou risco para a população. O hospital está aberto, os serviços estão funcionando e os médicos estão disponíveis, porém, tudo fica mais lento", explica.

Segundo a diretora, o hospital entende que a mobilização dos servidores atende a três frentes de reivindicação. A primeira tem relação aos servidores que são vinculados a Funpar e que não poderiam mais manter vínculos com a instituição. Os 1.100 funcionários deveriam ser substituídos por servidores concursados, mas foram mantidos na função por meio de um acórdão com o Tribunal de Contas da União (TCU).

Ela explica que a MP 520 criaria uma empresa pública federal que faria os contratos dos funcionários dos hospitais públicos vinculados ao governo federal. A empresa traria mais agilidade e flexibilidade para a administração hospitalar, mas ainda há alguns pontos de como ela funcionaria que não foram esclarecidos. No entanto, a diretora afirma que não há a possibilidade de transformar um funcionário de uma empresa privada, como é o caso da Funpar, em um servidor público sem que eles realizem concurso. Ainda de acordo com ela, a medida seria pouco detalhamento e geraria muitas dúvidas para os funcionários.

Na visão da administração do hospital, a terceira razão para a paralisação é a mobilização pela campanha salarial. A data seria uma sugestão da Federação do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra).

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