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Foz do Iguaçu – Policiais e trabalhadores informais entraram em confronto na Ponte da Amizade, ligação entre o Brasil e o Paraguai, por volta das 10 horas de ontem, durante um protesto contra a fiscalização da Receita Federal (RF) em Foz do Iguaçu. Cerca de 45 agentes da Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) usaram bombas de efeito moral e balas de borracha para desocupar a ponte, que foi fechada durante 45 minutos pelos manifestantes.

Com ajuda de mototaxistas e sacoleiros, os laranjas – trabalhadores contratados por compristas para atravessar a fronteira com mercadorias – interromperam o trânsito por volta das 9h30. A Polícia Rodoviária tentou negociar a reabertura da via, mas não houve consenso. Já a PF alega que foi recebida a pedradas pelos manifestantes e, por isso, precisou revidar o ataque. No lado paraguaio, soldados da Marinha tentaram impedir o fluxo de veículos e pessoas para Ciudad del Este.

Este é o segundo dia consecutivo que a Ponte da Amizade é fechada por laranjas. Eles alegam que o aperto na fiscalização está inibindo a vinda de sacoleiros a Foz e provocando desemprego. Segundo a responsável pela Agência do Trabalhador em Foz, Eunice Scarpetta, o número de pessoas que procuram a agência todos os dias aumentou de 120 para 300 nos últimos dois meses. Boa parte dos desempregados atuava em lojas de Ciudad del Este e hoje procura ocupações em lojas e hotéis de Foz.

O laranja Pedro Vidal, 50 anos, um dos líderes do movimento, diz que a categoria está disposta a fechar a Ponte da Amizade todos os dias, durante pelo menos uma hora, para sensibilizar o governo. "É preciso abrir novas frentes de trabalho", diz. Segundo ele, caso seja necessário, os trabalhadores também estão dispostos a interromper o trânsito no pedágio de São Miguel do Iguaçu para não prejudicar a movimentação comercial em Ciudad del Este, no Paraguai.

Apesar dos protestos, a Receita Federal informou que vai continuar mantendo o rigor na fiscalização, na tentativa de coibir o contrabando na fronteira. Quem comprar produtos acima de US$ 300 sem o pagamento de impostos terá a mercadoria apreendida.

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