Em uma nova biografia publicada na Alemanha, o papa emérito Bento XVI lamenta a ditadura de "ideologias aparentemente humanistas", que defendem, entre outros temas, o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Intitulada "One Life" (Uma Vida), a obra foi escrita pelo jornalista alemão Peter Seewald.
O papa já deu outras entrevistas a Seewald que se transformaram em quatro livros. O novo livro, com mais de mil páginas, traz uma nova conversa realizada em 2018, em que Bento XVI revela detalhes pouco conhecidos da sua vida.
Em uma das perguntas, Peter Seewald questiona o papa se, no início do seu pontificado, ao pedir orações "para não fugir dos lobos", ele sabia que receberia muitos ataques. O papa respondeu que "a verdadeira ameaça à Igreja e à sede papal vem da ditadura de ideologias aparentemente humanistas", porque "se você as contradiz, elas o excluem do 'consenso básico da sociedade".
Além dos exemplos do aborto e casamento entre homossexuais, ele repudiou a produção de seres humanos em laboratórios (fertilização in vitro). "A sociedade moderna está imersa na formulação de um credo anticristão e, se alguém se opõe, é punido pela sociedade com excomunhão", diz Bento XVI no texto.
Na obra, Bento XVI ainda observa que "o medo desse poder espiritual anticristão (do Anticristo) é mais do que natural, e é necessária a ajuda das orações de toda uma diocese e da Igreja Universal para resistir a isso", conclui.
Segundo o autor, além da versão original em alemão, a obra será publicado pela casa da Bloomsbury, em inglês, e pelo Grupo de Comunicação Loyola, em espanhol.
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