Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Os vigilantes Eliandro Luiz Marconcini, de 25 anos, e Douglas Rodrigo Sampaio Rodrigues, 26, da empresa Centronic Segurança e Vigilância, sustentaram a versão de que o estudante Bruno Strobel Coelho Santos chegou morto ao local onde o corpo foi encontrado em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba, durante a reconstituição do crime nesta quinta-feira (25). Marlon Balem Janke, 30, que confessou ser autor do disparo, foi dispensado pelo delegado Jairo Estorílio de participar do procedimento.

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A saída da Delegacia de Almirante Tamandaré aconteceu por volta das 10h30. Um policial foi colocado dentro do porta-malas do carro para representar a vítima. A reconstituição começou a partir de um posto de combustíveis na Rodovia dos Minérios, local onde Eliandro e Marlon teriam ido buscar Douglas, para ajudar na dispensa do corpo.

Conforme a reconstituição, Eliandro estaria dirigindo o automóvel, Marlon seria o carona no banco da frente e Douglas o passageiro no banco de trás. Segundo o advogado de Douglas, ele foi chamado apenas para ajudar a dispensar o corpo. "O Marlon disse que precisava se livrar de um rapaz, mas Douglas não sabia se estava vivo ou morto", afirmou Claudio Dalledone. Marlon teria retirado o corpo do estudante sozinho do porta-malas do carro, no mesmo momento em que Douglas urinava, de costas para a ação. Nem Eliandro e nem Douglas teriam ouvido disparos no local.

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A polícia quer esclarecer se Bruno chegou sem vida a Almirante Tamandaré tendo sido morto ainda dentro da empresa Centronic, em Curitiba, ou se foi assassinado na região metropolitana. "O crime foi cometido pelos três, só precisamos saber qual a medida da participação de cada um", afirma o delegado.

A segunda hipótese seria a mais provável para a polícia, pois não foram encontrados vestígios de sangue no porta-malas, segundo o delegado. "A nossa posição é de que ele foi executado no local, desde o começo das investigações", diz. A informação, porém, é contestada pelo advogado de Douglas. "As manchas podem ter sido limpas com alvejante", disse Dalledone.

O advogado de Janke, Antonio Neiva de Macedo Filho, esclareceu que a ausência de seu cliente na reconstituição foi feita a pedido do delegado. A polícia afirma que o acusado de ter feitos os disparos está, agora, negando o crime. Mas Macedo filho nega a mudança de versão: "Em nenhum momento meu cliente deu declaração com a negativa da autoria".

O inquérito deve ser concluído ainda nesta quinta-feira. Em seguida, o documento será encaminhado ao Ministério Público do Paraná (MP-PR).

Exame de DNA O jornalista esportivo Vinícius Coelho e a mulher Eliane Strobel, pais de Bruno, estiveram na Polícia Federal (PF) na quarta-feira (24) para cederem material para exame de DNA. A perícia da PF vai verificar se os fios de cabelo encontrados no porta-malas de um dos carros da Centronic, bem como na própria sede da empresa de vigilância, são de Bruno.

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Caso se comprove que os cabelos encontrados no carro e na sede da Centronic sejam de Bruno, a PF vai anexar a informação ao inquérito que avalia a conduta da empresa. A PF averigua se a empresa usava suas instalações para castigar com tortura outros jovens pegos pichando muros.

O superintendente da PF no Paraná, Delci Teixeira, já afirmou que há indícios de irregularidades na quantidade de munição declarada pela empresa. A empresa pode ter o registro cassado.

Crime

Bruno tinha 19 anos e desapareceu no último dia 2. Ele foi encontrado morto uma semana depois por um garoto de 14 anos que mora a 200 metros do local onde o corpo foi deixado. Ninguém da família do menino afirma ter ouvido tiros nas imediações. O estudante teria sido assassinado pelos funcionários da Centronic depois de ter sido flagrado pichando o muro de uma clínica no bairro Alto da Glória.