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O secretário estadual do Ambiente do Rio, Carlos Francisco Portinho, enviou ofício à ANA (Agência Nacional de Águas) demonstrando preocupação de que a estiagem que atinge o sudeste do país e reduz a vazão do rio Paraíba do Sul se agrave no ano que vem e cause desabastecimento na capital e na região metropolitana do Estado.

Em ofício enviado no último dia 5, Portinho pede que, caso a estiagem se prolongue, a agência elabore um plano emergencial de contingência e fiscalize ligações irregulares de água.

O secretário demonstra no texto especial preocupação com os níveis de quatro reservatórios do rio Paraíba do Sul, dos quais apenas um fica no Rio de Janeiro.O primeiro, chamado Paraíbuna, que fica no território do Estado de São Paulo e sob gestão da Cesp, estava no último dia 6 com apenas 4,48% de seu volume útil, de acordo com dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).

Portinho pede à ANA que informe qual seria o volume morto do reservatório. O volume morto ou reserva técnica fica abaixo do volume útil, que é aquele utilizado para a geração de energia elétrica. O volume morto, ainda que seja aproveitado para geração elétrica, pode ser usado para manter o abastecimento de água à população por algum tempo.

Portinho deixa claro no documento que, apesar de a soma dos quatro reservatórios da bacia do Paraíba do Sul ter na ocasião 7% de seu volume útil, a cenário "pode ser considerado satisfatório no contexto da severidade da estiagem de 2014". "Entretanto, caso a estiagem persista por mais algumas semanas, entendemos que outras medidas precisarão ser tomadas para evitar o desabastecimento da população atendida pelos rios Paraíba do Sul e Guadu, inclusive da região metropolitana do Rio de Janeiro", diz Portinho no ofício à ANA, registrado sob de número 457/2014.

O Paraíba do Sul é a única fonte de abastecimento do Estado do Rio. Em Barra do Piraí, na região do Médio Paraíba, uma transposição leva água para o Guandu, rio artificial que abastece a capital e a região metropolitana e atende cerca de 14 milhões de pessoas.

O ofício foi a primeira demonstração de preocupação oficial das autoridades do Rio em relação à estiagem. O documento foi enviado pela secretaria à ANA no mesmo dia em que o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB) afirmou que acataria possível decisão da agência em favor da transposição de parte das águas do Paraíba do Sul para o rio Jaguari, em São Paulo. Na prática, a medida reduziria a vazão do rio que vai para o Estado do Rio em benefício do Estado de São Paulo, que vive problema de falta d'água.

No dia seguinte, Pezão voltou a adotar tom conciliador e disse que chuvas recentes já teriam enchido mananciais na região e que a Cedae, a companhia de saneamento do Estado, garantia o abastecimento do Rio.

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