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Fila de pacientes na UPA de Paranaguá | Débora Mariotto Alves/Gazeta do Povo
Fila de pacientes na UPA de Paranaguá| Foto: Débora Mariotto Alves/Gazeta do Povo

Sensibilizados com a situação dos pacientes com suspeita de dengue que esperam horas por atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Paranaguá, no Litoral do Paraná, um grupo de voluntários está distribuindo bolachas água e sal, suco e garrafas de água mineral em uma estrutura montada ao lado da unidade.

“Minha mãe teve câncer e lá no Hospital Erasto Gaertner [em Curitiba] tinha isso [distribuição de lanche]. Quando eu vi a situação do povo aqui, corri na padaria, comprei 50 pães e 20 litros de suco. Agora eu vejo um novo milagre da multiplicação”, conta Wallace Domingues, voluntário. Desde sexta-feira (22), quando ele teve essa ideia, já foram distribuídos mais de três mil litros de suco .

Os motoclubes de Paranaguá, liderados pelo grupo Cavalo de Aço, decidiram arrecadar os alimentos necessários. Eles foram orientados por uma nutricionista. Agora, já são dez voluntários servindo os pacientes e agentes de saúde. O serviço, assim como o atendimento da UPA, é 24 horas.

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“Estamos pedindo doações e mão de obra, voluntários para ajudar. Nós não aceitamos doações em dinheiro, apenas os alimentos mesmo, e não pode ser nada manipulado, apenas pacotes de bolacha fechados, água mineral lacrada e pacotes de suco também fechados”, informa Leverson Capeta, conhecido como Nenê, que faz parte da diretoria do motoclube Cavalos de Aço.

As doações estão sendo arrecadas em Paranaguá e em Curitiba. Para doar, basta ligar nos telefones (41) 9815-6404 e 9870-8923. Para ser voluntário, é preciso ir até o local, ao lado do Hospital de Campanha, na UPA, e informar a disponibilidade.

Atendimento é demorado

Os pacientes com dengue ou sintomas da doença que aguardam consulta na fila da UPA de Paranaguá esperam horas para serem atendidos. Na noite desta quarta-feira (27), havia pessoas que chegaram perto das 15h e foram atendidas depois das 18h. “Vim trazer meu sobrinho, que está com dengue, e minha mãe, que está com sintomas da doença. Meu sobrinho foi atendido às 18h, mas minha mãe foi chamada para triagem já era 19h30”, conta Ketelyn da Silva Oliveira. Depois da triagem, a mãe de Ketelyn ainda vai esperar pela consulta, que não tinha horário certo para acontecer. A UPA também atende casos de urgência e emergência na cidade e, segundo a prefeitura, isso influencia no tempo de atendimento.

“Eu vim ontem, cheguei 15h30 e só saí daqui depois das 23h. Hoje eu vim buscar o resultado do exame”, relata Franciele Martins que, dessa vez, chegou às 18h e foi encaminhada para triagem às 20h. “Está mais rápido, mas não sei que horas vou sair daqui”, pondera.

A prefeitura de Paranaguá admite que faltam profissionais de saúde para agilizar o atendimento aos cerca de 1,2 mil pacientes que passam pela UPA diariamente e, por isso, abriu processo seletivo para contratação de 109 profissionais, entre eles, 20 médicos. As vagas foram preenchidas, mas os profissionais ainda vão passar por exames admissionais na próxima semana. “A ideia é que eles comecem a trabalhar logo em seguida”, informou o município.

As contratações foram viabilizadas com a liberação de R$ 4 milhões por parte da Secretaria de Estado da Saúde. Outros R$ 4 milhões, oriundos de uma multa aplicada ao Porto de Paranaguá, serão destinados ao aluguel de caminhões, máquinas pás-carregadeiras, caçambas estacionárias e compra de sacos de lixo para o combate à dengue.

Protesto

Na manhã desta quarta-feira (27), um grupo de moradores interditou o km 0,5 da BR-277 pedindo mais atenção do poder público para o problema da dengue na cidade. A rodovia ficou interditada nos dois sentidos até as 13h.

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