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Outra manifestação

Funcionários dos Centros de Socioeducação (Cense) do Paraná também realizaram uma manifestação na manhã desta terça-feira (30). Eles paralisaram as atividades em protesto contra o atraso no reajuste de gratificações a que têm direito.

De acordo com o Sindicato dos Servidores da Secretaria de Estado da Criança e da Juventude (Sindsec-PR), a paralisação fez com que os adolescentes de alguns Censes ficassem sem aulas, atividades recreativas e atendimento técnico. "Em 20 unidades do estado os jovens ficaram contidos, sem atividades", diz o presidente do Sindsec, Mário Monteiro.

Cerca de 30% dos 3,8 mil funcionários dos centros seguiram trabalhando, segundo o sindicato. Há aproximadamente mil adolescentes reclusos em 33 unidades do estado.

Reivindicação

Os trabalhadores pedem um reajuste de 14,89% na Gratificação de Atividade em Unidade Penal ou Correicional Intra Muros (Gadi), que, segundo eles, não é aumentada desde 2002. "Se o governo mantiver esta postura, existe a possibilidade de aprovarmos um indicativo de greve", relata Monteiro.

A Secretaria Estadual da Administração e Previdência (Seap) informou, por meio de nota, que o reajuste das gratificações "está na pauta do governo e vem sendo debatido com o Fórum dos Servidores desde o início do ano". A nota informa que "havia a perspectiva de se corrigir em março", mas ressalva que "há outros investimentos na remuneração do funcionalismo (além do reajuste geral de 5%, há os projetos de aumentos salariais para os policiais civis e para os militares) que, por ora, não só propiciam melhores ganhos para as categorias como demandarão recursos financeiros impactantes na folha de pagamento de pessoal."

Renan Colombo e Adriano Ribeiro

Cerca de 100 agentes penitenciários do estado promoveram, na manhã desta terça-feira (30), uma passeata pelo Centro de Curitiba para reivindicar o pagamento retroativo do reajuste concedido ao Adicional de Atividade Penitenciária (AAP), gratificação recebida pela categoria. Neste ano, o governo do Paraná determinou a correção do benefício, que estava congelado desde sua criação, mas o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), quer receber também o pagamento referente ao período em que o adicional ficou sem reajuste. De acordo com o presidente da entidade, o compromisso havia sido assumido com a Secretaria Estadual de Administração e Previdência (Seap), mas o governo teria voltado atrás.

"O governo não argumenta. Fala que não vai pagar e ponto. A Secretaria alega que o governador mandou descongelar o adicional, mas que não autorizou a pagar o retroativo", disse o presidente do Sindarspen, Clayton Agostinho Auwerter.

O AAP foi criado em 2003 por meio de lei estadual. Entretanto, o projeto de criação do benefício não previa mecanismos de reajustes, o que fez com que o adicional permanecesse congelado. Em novembro de 2009, o Sindarspen iniciou uma mobilização para reivindicar correções na gratificação. Após uma série de reuniões, o sindicato diz que o próprio governador Roberto Requião (PMDB) reconheceu que o congelamento prejudicava a categoria e determinou que se iniciassem estudos para o reajuste.

Em fevereiro, o governo definiu, com base na variação da inflação do período, que o AAP seria corrigido em 14,89%, a partir do salário referente ao mês de março. No entendimento do sindicato, no entanto, o governo teria se comprometido a pagar também o percentual retroativo até o ano de 2003, periodo em que o adicional ficou sem reajuste.

O Paraná tem, atualmente, 3.346 mil agentes penitenciários, que atuam em 23 unidades prisionais. Segundo o sindicato, o AAP é o mesmo para toda a categoria e corresponde a R$ 1.550, valor bem superior ao salário inicial dos agentes, que é de R$ 850. De acordo governo do estado, os recebimentos iniciais de um agente, somando salário e gratificação, é de R$ 2.550,65 e pode chegar a R$ 5.182,13.

Manifestações

Além do retroativo da gratificação, os agentes têm uma pauta de reivindicações que inclui itens como mudança de escala, melhoria de condições de trabalho, e alterações no regime de previdência. O objetivo da categoria é iniciar uma greve por tempo indeterminado. Entretanto, em novembro do ano passado, o governo do estado conseguiu uma liminar na Justiça, proibindo a paralisação dos agentes. Segundo Auwerter, as assessorias jurídicas do Sindaspen e de centrais sindicais tentam derrubar a liminar para deflagrar a greve.

Enquanto isso não acontece, a categoria recorre a outras formas de mobilização. Na manhã desta terça, cerca de 100 agentes de concentraram na praça Santos Andrade, de onde partiram, com apitos, faixas e cartazes, em passeata pelas ruas do Centro. Os manifestantes foram até a praça Rui Barbosa, onde houve panfletagem à população.

Na quarta-feira (31), os agentes devem se concentrar em frente ao Palácio das Araucárias, sede do governo estadual. Está marcada uma assembleia para definir se a categoria inicia um acampamento em frente ao prédio. O objetivo é que a categoria consiga se reunir com Orlando Pessuti (PMDB), que assume o cargo de governador no primeiro dia do mês de abril.

Outro lado

De acordo com nota enviada pela assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Administração e Previdência (Seap), este é o quarto ano consecutivo que o governo estadual aplica reajuste ao funcionalismo estadual. Neste ano, o reajuste será de 5%, conforme projeto de lei já aprovado pela Assembleia Legislativa. Sobre possíveis negociações com os agentes, o texto da Seap afirma que o governo "mantém constante e franco diálogo com os sindicatos que representam o funcionalismo".

No final da tarde desta terça, a reportagem entrou em contato com a Secretaria para questionar se o governo teria se comprometido a efetuar o pagamento retroativo do adicional dos agentes. A assessoria de imprensa da pasta informou que a Seap se manifestaria por uma nota que seria divulgada na Agência Estadual de Notícias (AEN), órgão oficial do governo. O texto divulgado, entretanto, não faz nenhuma menção ao AAP.

De acordo com o comunicado, o governo tem investido na remuneração dos agentes penitenciários. De 2006 a 20010, a categoria teria sido beneficiada com duas promoções e uma progressão, de acordo o plano de carreiras previsto no Quadro Próprio do Pode Executivo, do qual os agentes penitenciários fazem parte.

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