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Na segunda-feira, o governador paulista Geraldo Alckmin anunciou uma força-tarefa para investigar o PCC “24 horas” | Edson Lopes Jr./A2 Fotografia
Na segunda-feira, o governador paulista Geraldo Alckmin anunciou uma força-tarefa para investigar o PCC “24 horas”| Foto: Edson Lopes Jr./A2 Fotografia

Tenente

A Corregedoria da Polícia Militar (PM) de São Paulo prendeu administrativamente na manhã de ontem o primeiro-tenente Guilherme William Pacheco da Silva, 36 anos, sob suspeita de associação ao crime organizado, após a divulgação de escutas telefônicas feitas para investigar o Primeiro Comando da Capital (PCC). Silva é apontado como o policial que liga para um traficante, de dentro de uma delegacia, oferecendo "serviços" para o transporte seguro de um carregamento de drogas.

De acordo com a PM, ele encontra-se recolhido na corregedoria. Em nota, a PM-SP afirma que será "rigorosa e implacável contra eventuais desvios de conduta de seus integrantes".

O Primeiro Comando da Capital (PCC) planeja uma onda de ataques como represália caso a cúpula da organização criminosa seja transferida para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) nas penitenciárias paulistas. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, as ameaças da facção se estendem a 2014, quando os bandidos prometem uma "Copa do Mundo do terror" e ataques durante as eleições gerais de 2014.

Os planos dos criminosos foram interceptados em telefonemas recentes flagrados pela inteligência da polícia. Diante das novas ameaças do bando, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Benedito Roberto Meira, pôs a corporação em estado de alerta.

Os bandidos afirmam que vão fazer uma greve branca nos presídios se a liderança do PCC for transferida para o RDD. Também dizem que, em caso de reação do governo paulista à greve, criminosos nas ruas vão atacar.

"Passei uma mensagem aos meus homens para que eles redobrem a atenção no atendimento das ocorrências, quando estacionam os carros e no caminho para casa", afirmou Meira. Em 2012, depois de a facção ordenar ataques a policiais, 106 PMs foram assassinados.

As orientações saíram por meio de telefonemas dados pelos líderes que estão na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no oeste paulista. "O clima é muito tenso na região. Eles estão transmitindo as ordens pelos celulares porque querem que a gente saiba", afirmou um dos 23 promotores dos Grupos de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaecos) do estado que assinaram a denúncia contra os 175 acusados de pertencer à organização criminosa.

A inteligência policial verificou também que o bando tomou precauções para o caso de toda a cúpula ser isolada no RDD. Marcola e os demais integrantes da cúpula da facção escolheram substitutos que devem assumir os negócios da organização criminosa para que o tráfico de drogas não seja prejudicado.

Barreira

Durante a greve branca, os líderes do PCC querem impedir a inclusão de novos detentos na cadeia. Pretendem se recusar a serem fechados nas celas, ficando livres nos pátios. Também paralisariam o trabalho nas prisões onde existem oficiais. Em caso de intervenção do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) ou da Tropa de Choque, os detentos da facção pretendem começar atentados nas ruas.

O governador de São Pau­lo, Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou a criação de uma força-tarefa, reunindo ação conjunta de inteligência das polícias Civil, Militar e da Secretaria da Administração Penitenciária para obter informações sobre o grupo criminoso. "Fizemos uma força-tarefa que já está trabalhando 24 horas", destacou o governador . O Mi­nistério Público vai fornecer informações para ajudar nas investigações.

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