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Em um ano no comando da Polícia Militar do Paraná, o coronel Roberson Bondaruk já determinou abertura de investigação em cerca de 1,2 mil suspeitas de desvios dos policiais militares no estado. O coronel completou um ano no cargo no último dia 29 de novembro.

Segundo ele, deste total, 33,3% das denúncias, cerca de 400, mostraram distorções comportamentais que precisaram ter uma investigação mais profunda - penal ou administrativa. O restante das apurações, em torno de 800, mostrou que não houve problemas de atuação dos policiais militares denunciados.

Bondaruk esteve na manhã desta terça (4) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para explicar aos deputados das Comissões de Segurança Pública e Direitos Humanos os motivos que levaram a PM a ser alvo de várias denúncias seguidas de abuso, sobretudo no caso do Bairro Alto.

Durante a reunião, o corregedor da PM César Vinicius Kogut e o comandante geral revelaram que, antes do atual comando assumir, havia 600 procedimentos investigatórios parados.

"Nunca houve na corporação um número tão grande de verificações, para que a PM faça frente a qualquer tipo de irregularidade", afirmou o comandante. Segundo ele, todas as denúncias tornadas públicas pela imprensa ou que chegam até a polícia são verificadas e apuradas pela PM.

Em relação às denúncias de abuso dentro da Escola de Formação - reveladas na edição desta terça-feira na Gazeta do Povo -, ele afirmou que o total de denúncias ainda é muito menor proporcionalmente ao trabalho bem realizado, segundo o coronel, pela corporação.

"Nós estamos no caminho certo. Embora tenhamos mais de 2 mil alunos em formação, os casos proporcionalmente estão dentro de um número pequeno de frequência. Não indicam uma tendência, mas mostram que realmente a Polícia Militar precisa cada vez mais se aperfeiçoar cada vez mais", afirma.

Comissões

Durante a reuniãos, o comandante disse aos deputados que há ainda necessidade de se implantar mais horas de direitos humanos, policiamento comunitário e mediação de conflitos nas salas de aula da corporação.

Bondaruk ainda afirmou que o caso do Bairro Alto tem sido apurado com rigor e a PM tem tomado providências para que esses comportamentos não se repitam. No entanto, ele lembrou que é preciso mudar a cultura da corporação e que pode demorar algum tempo. "Somos rigorosamente contra este tipo de comportamento", afirmou. Ele ainda afirmou que a PM está trabalhando em um projeto chamado "Renascimento" para reestruturar toda corporação, que deverá ser enviado pelo governo do estado à Assembleia em breve.

O projeto deverá melhorar o currículo da Academia Militar do Guatupê, que tem sido reavaliado, além de realizar mudanças na estrutura organizacional da PM.

Apuração

Para o deputado Tadeu Veneri (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alep, a reunião foi importante para que a PM esclareça à população e mostre que tem apurado os fatos denunciados. "O fato de nós termos ocorrências que desvirtuam essa função tem que ser apurado e quando houver comprovação de irregularidades tem que ser punidos com rigor que a lei pune qualquer cidadão", ressaltou.

Segundo ele, a ida dos comandantes à Alep representa um recado a qualquer policial que pretenda cometer um abuso. "Não podemos mais ter fatos como esses como caso da torcedora do Coritiba, o caso do bairro alto", cobrou o deputado.

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