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Quinze municípios do Oeste e do Sudoeste do Paraná já decretaram estado de emergência por conta da seca que castiga o estado desde o mês de novembro. Esse número deve chegar a 19 na próxima semana, já que outras quatro cidades estão encaminhando o pedido de decretação de emergência à Defesa Civil, entre elas Francisco Beltrão, município do Sudoeste com 70 mil habitantes. Nos últimos três meses choveu apenas 112 milímetros na cidade – a média esperada para o verão é de 200 a 250 milímetros.

Para piorar, o panorama nos próximos dias não é otimista para as regiões atingidas pela seca. Segundo o Instituto Tecnológico Simepar, que faz a previsão do tempo no estado, estão previstas apenas chuvas pontuais e esporádicas – nada de chuva em abundância e generalizada, como seria necessário.

A seca no Sudoeste e Oeste ocorre pelo segundo ano consecutivo, trazendo risco de desabastecimento e agravando a situação dos produtores rurais. No ano passado eles foram socorridos pelo governo estadual, que criou a bolsa-estiagem, destinada, no entanto, somente aos pequenos agricultores.

Calor

Ontem, o calor foi intenso em todo o Paraná – a máxima foi em 31,8ºC em Curitiba e 34,4ºC em Quedas do Iguaçu, no Oeste. A expectativa é de que as altas temperaturas continuem nos próximos dias. Com os termômetros em elevação cresce também o consumo de água e a preocupação com o abastecimento. A Sanepar está monitorando os pontos mais críticos do estado, mas ainda não precisou tomar medidas emergenciais para atender a demanda.

O município de Pranchita, na Região Sudoeste – que decretou estado de emergência – apresenta um dos quadros mais críticos, na avaliação da Sanepar. No ano passado, o nível de água da mina que abaste a cidade baixou mais de 90%, forçando a empresa a buscar água na cidade vizinha, Santo Antônio do Oeste, por meio de uma adutora de 6 quilômetros de extensão. A estiagem em janeiro fez o nível de produção da mina baixar 70%, mas as fortes chuvas ocorridas no fim do mês recuperaram a vazão e a tubulação ainda não foi utilizada.

No município de Santa Tereza do Oeste, que também está em estado de emergência, o Rio Anta Gorda, que abastece a cidade, também baixou o nível em 70%. Porém o fenômeno, por enquanto, não prejudicou o fornecimento de água.

Wilson Schwantes, prefeito de Mercedes, outro município do Oeste que também está com problemas com a seca, prevê que terá de reduzir o cronograma de obras. Pavimentação de ruas e abertura de estradas vicinais estão temporariamente suspensas. "Estamos sentindo na pele os prejuízos do campo", observou. Ele disse esperar que o estado de emergência sensibilize o governo federal a "dar mais atenção ao agricultor".

Campo Mourão, na Região Centro-Oeste, tem o fornecimento de água garantido pelos próximos 15 dias. "A partir disso, começa a dar problemas principalmente em horários de maior consumo, se durante esse período nenhum milímetro de chuva cair", informa o coordenador industrial da Sanepar, Pedro Juliane. Ele disse que na região choveu 113 milímetros em janeiro – um volume abaixo do normal – e que o consumo de água na cidade aumentou por causa das altas temperaturas (na casa dos 30 graus).

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