Políticos usam o linguajar futebolístico porque ele é compreendido por largas faixas da população, principalmente nos extratos mais pobres. Mas os grandes craques não gostam muito de ver o uso exagerado dos chavões do futebol na comunicação política com o povo. "É uma linguagem que todos entendem, mas é pobre. A linguagem futebolística na política é sempre uma frase de efeito sem valor", opina Tostão.
Raí entende que o uso moderado da linguagem do futebol por políticos pode funcionar porque a maioria das pessoas apreende as informações. Mas ele critica o abuso desse tipo de linguagem, que considera pobre acha que ela evidencia acima de tudo o baixo nível de educação do povo brasileiro. Zico chega perto: "É natural que a linguagem do futebol seja usada por políticos. Mas é claro que ela pode ser usada de forma errada", adverte.
Para Tostão, a supervalorização das vitórias do futebol estimula o uso da linguagem futebolística para fins políticos, porque ela estará naturalmente vinculada às grandes conquistas. Ele diz que costuma receber esse excesso como "uma coisa eleitoreira, típica de quem quer se mostrar popular". E salienta: "Tenho dúvidas se funciona." Afonsinho vai no mesmo diapasão: "É eficaz, mas é pobre. Tem o risco de se esvaziar rapidamente, o que acontece com o uso abusivo."
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