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A Cowan, construtora do viaduto que desabou no dia 3 de julho em Belo Horizonte, responsabilizou a prefeitura pelo erro estrutural que levou à queda. Duas pessoas morreram e 23 ficaram feridas no desabamento, ocorrido durante a Copa do Mundo no Brasil.

Em entrevista concedida à imprensa nesta terça-feira (22), peritos contratados pela empreiteira disseram que as falhas estavam no projeto, elaborado pela empresa Consol e liberado e supervisionado pela Prefeitura de Belo Horizonte. E recomendaram a demolição da alça do viaduto que restou no local.

Segundo o calculista Catão Francisco Ribeiro, um dos peritos contratados pela Cowan, análises apontam que o viaduto desabou em razão de uma sobrecarga em um dos blocos que suportavam um pilar de sustentação.

"Foi um milagre que não tenha desabado antes", afirmou. Segundo ele, nesse bloco foi usado um décimo da armação em aço necessária para manter a estrutura em pé.De acordo com o diretor da unidade construtora da Cowan, José Paulo Toller Motta, a alça norte do viaduto, que está escorada desde a tragédia, corre sérios riscos de desabar porque apresenta a mesma falha estrutural da alça que caiu.

"A partir desses laudos, enviamos para o prefeito Marcio Lacerda a recomendação de não liberar o trânsito de veículos e de pedestres sob o viaduto", diz Motta."A qualquer momento, a alça restante pode desabar", disse Catão Ribeiro, recomendando sua demolição.

Assessores da Prefeitura de Belo Horizonte acompanharam a entrevista, mas disseram que a administração municipal não vai se manifestar oficialmente antes de avaliar o conteúdo apresentado pelo diretor da Cowan e os peritos contratados pela construtora.

A reportagem procurou a Consol, mas foi informada que o diretor presidente da empresa, Mauricio de Lana, estava reunido com membros da diretoria para discutir a situação e preparar uma resposta às alegações da Cowan.

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