O caso aconteceu em setembro de 2010, mas ainda permanece vivo na memória do empresário Amarildo Samuel Muniz dos Santos, de 43 anos. Ele foi abordado por policiais militares após ter sido confundido com um assaltante, em Curitiba. Algemado diante da agência, ele afirma ter sofrido uma série de agressões físicas e verbais. Santos processou o Estado por danos morais. A audiência em que a Justiça deve proferir sua decisão está marcada para a quarta-feira (12), na 1ª Vara de Fazenda Pública.
Mais de dois anos depois, os hematomas desapareceram das costas e braços de Santos, porém, as lembranças ruins da tarde de 24 de setembro de 2010 permanecem. "O trauma não passou. Fiz tratamento psicológico, mas não passa", resumiu.
O empresário conta que estava no setor de autoatendimento de uma agência do Banco do Brasil, no bairro Seminário, quando foi abordado por policiais da Rondas Ostensivas de Naturezas Especiais (Rone). Ele foi algemado e colocado de bruços no chão, diante de clientes do banco e de transeuntes.
"Um policial pisou na minha cabeça. Me chamaram de negão, de vagabundo, de bandido. Foi uma coisa bárbara mesma. Três dias depois, eu ainda estava com as marcas dos chutes no corpo", disse. Santos disse que só foi liberado duas horas depois. Mas o empresário chegou a ser apresentado a jornalistas como um dos assaltantes que haviam roubado uma mansão.
Na ocasião, Santos enviou uma carta à Secretaria de Segurança Pública (Sesp), denunciando o caso. A Corregedoria da PM também instaurou um procedimento administrativo para apurar se houve excesso na ação policial. "O Comando da PM arquivou o caso, dizendo que os policiais agiram com legitimidade", disse Santos. A Gazeta do Povo entrou em contato a PM, que, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não foi possível localizar o processo referente ao caso.
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