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O empresário gaúcho Sérgio Germano Goltz, de 50 anos, estava na ponte do Rio Jacuí, no Rio Grande do Sul, quando ela veio abaixo na manhã desta terça-feira (5). Segundo ele, o mais difícil era enfrentar a correnteza. "A intensidade da correnteza era uma coisa impressionante, muito forte. Lutei para conseguir sair", contou Goltz ao G1.

A ponte, que liga as cidades de Restinga Seca (RS) e Agudo (RS), caiu por volta das 8h30. Segundo informações da Prefeitura Municipal de Agudo, ao menos 20 pessoas caíram nas águas.

Como outras pessoas que estava no local, Sérgio Goltz tirava fotografias da cheia. "Esse volume de água disseram que só foi visto na enchente de 1941. Estava todo mundo ali para ver, porque era uma coisa inacreditável", conta Goltz.

O empresário disse que começou a se preocupar quando sentiu a ponte tremer.

"Passou um carro pequeno e balançou tudo, de forma desproporcional. Daí passou um caminhão e tremeu muito. Eu comecei a correr e fiquei só no primeiro passo", afirma.

"Foi uma queda suave. A parte do meio desceu, depois veio o resto. Quando eu percebi, estava na água", conta Goltz. "Não deu tempo de pensar em nada, só em sobreviver e respirar".

Como o aposentado Élio Prade, Goltz usou os cabos de fibra óptica rompidos para se segurar e não ser levado pela correnteza. Mas, ao contrário dele, o empresário não quis esperar o resgate.

"Vi várias pessoas lá na árvore, mas eu queria sair. Fiz força, lutei e saí, estava perto do barranco. Não queria esperar, quanto mais a gente se segura mais fraco fica, eu queria aproveitar para sair logo", afirma.

Resgate

De acordo com informações do Batalhão Rodoviário da Brigada Militar do estado, uma equipe de militares da Base Aérea de Santa Maria teria feito o resgate de vítimas. A base ainda teria informado aos policiais rodoviários sobre a morte de sete pessoas. A Defesa Civil de Agudo, o Corpo de Bombeiros e a Brigada Militar ainda não têm confirmação de mortos.

Segundo informações da administração municipal, o vice-prefeito Hilberto Boeck estava no local para fazer fotos do volume e da força da água do rio. Ele pretendia decretar situação de calamidade pública nesta terça-feira.

No estado

Segundo a Defesa Civil estadual, 35 municípios tiveram problemas com a chuva que atinge o Rio Grande do Sul desde segunda-feira (4). A região mais atingida é o centro do estado. Duas pessoas morreram, nos municípios de Espumoso e Candelária. Mais de 1,1 mil pessoas tiveram que deixar de suas casas.

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