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Mais de R$ 12 milhões em multas já foram aplicadas a empresas carboníferas do Oeste do Estado, durante da Operação Corcel Negro, deflagrada no dia 22, com o objetivo de combater o comércio ilegal de carvão vegetal no país. Na Região Sul, o foco das ações é acabar com os créditos falsos no Sistema Documento de Origem Florestal (DOF).

Todo o carvão importado ou adquirido no Brasil gera créditos, que permitem o transporte e o comércio do produto. No entanto, a operação revelou que empresários vendem o carvão, mas não dão baixa nos créditos correspondentes no Sistema. Com o saldo, eles "esquentam" carvão vegetal de origem ilícita. Até esta terça-feira (30), haviam sido estornados no Sistema DOF mais de 43 mil metros de carvão em créditos virtuais, o que equivale a 861 caminhões carregados com o produto. Ainda, foram apreendidos um caminhão e um reboque de carreta, além de 373 metros de carvão e 88,8 metros cúbicos de madeira nativa serrada.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), dentre as várias irregularidades constatadas, estão a venda de créditos virtuais de carvão no Sistema DOF, empresas que mantinham em pátio carvão sem DOF e que tinham créditos de carvão no DOF sem ter o produto no pátio. "Foram encontrados muitos pátios vazios, pátios inexistentes, muitas empresas fantasmas", disse o coordenador geral da operação na Região Sul, Paulo Roberto Mattoso Dittert.

O chefe da Divisão de Controle e Fiscalização do Ibama no Paraná, Caio Kanabushi, disse estar surpreso com os números alcançados nesta operação. Segundo ele, eram esperadas muitas irregularidades, mas não se imaginava que havia tantas empresas agindo de maneira ilícita e tantas empresas fantasmas.

A maior parte do carvão vegetal consumido no Brasil é importada do Paraguai. O produto abastece as fornalhas das siderúrgicas de Minas Gerais, maior consumidor dessa fonte de energia no país. Segundo o Ibama, boa parte do carvão paraguaio cruza a fronteira ilegalmente e as empresas "esquentam" o produto por meio de documentação irregular. O instituto aponta ainda que madeira nativa brasileira é usada na produção deste carvão vegetal.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) mantém barreiras em cidades do Oeste do estado para coibir o transporte ilegal do produto. Além disso, os fiscais do Ibama estão fazendo uma varredura nos pátios das empresas carvoeiras da região oeste paranaense, que é responsável por grande parte da comercialização do produto no estado.

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