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São Paulo – Apertado em uma dívida de pouco menos de R$ 50 milhões, o PT decidiu fechar o cerco contra os inadimplentes. A partir deste mês, a legenda vai acirrar os esforços para cobrar filiados que não estão em dia com suas contribuições. A idéia é recuperar progressivamente a saúde financeira e amenizar o rombo nas contas, que já se arrasta há alguns anos e foi agravado por um débito de cerca de R$ 10 milhões deixado pela campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição.

A estratégia de cobrar inadimplentes já foi adotada diversas vezes pelo PT nos últimos anos, mas os resultados foram pouco visíveis. Para evitar que esse cenário se repita, o partido promete agora aplicar à risca as regras estatutárias que tratam do assunto. Isso significa impedir os que não estão em dia com suas contribuições de utilizar os principais meios de participação política oferecidos pela sigla.

A lista de represálias deverá inclui até mesmo pequenas proibições, como ter acesso barrado em fóruns de discussão mantidos pelo PT em seu site. Mas a sigla também planeja algumas medidas mais rigorosas. É o caso, por exemplo, do veto à participação no 3.º Congresso Nacional da legenda, marcado para julho. O encontro é considerado a instância máxima do PT e será o palco das principais discussões envolvendo a estrutura partidária e o relacionamento com o governo federal neste segundo mandato do presidente Lula.

Encarregado da estratégia, o secretário de Finanças do PT, Paulo Ferreira, estima que a legenda perde algo em torno de R$ 5 milhões por ano com o não-pagamento dessas contribuições, o que significa uma fatia de cerca de 10% da dívida total. "Com isso, daria para resolver muitos problemas", afirmou o secretário. "Queremos não apenas reduzir o endividamento, mas também garantir a nossa sustentabilidade."

Foco

O plano de cobrança do PT – que deverá se estender até o fim de março –, não será concentrado nas pequenas contribuições, de filiados comuns. Ferreira explicou que a meta é fiscalizar funcionários do Legislativo e Executivo que não têm cumprido a determinação de repassar aos cofres partidários uma fatia de 2% a 10% de seus rendimentos, dependendo da remuneração É o caso de assessores da Câmara ou funcionários de governos estaduais e municipais. "São pessoas que, como se diz, se fazem de leitão para mamar deitado", afirmou. Senadores e deputados, segundo ele, estão com as contas em dia.

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