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Estudo de Tufi Soares e Mariana Calife aponta que parte dos alunos sai da escola por não conseguir conciliar estudo e trabalho | Roberto Custódio/Jornal de Londrina
Estudo de Tufi Soares e Mariana Calife aponta que parte dos alunos sai da escola por não conseguir conciliar estudo e trabalho| Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina

Serviço

Os pesquisadores Tufi Machado Soares e Mariana Calife ministrarão a palestra "O congestionamento curricular do ensino médio" no Encontro Internacional de Educação Salamundo, que ocorre em Curitiba nos dias 6 e 7 de agosto. Inscrições e mais informações sobre o evento em www.salamundo.com.br.

Para muitos educadores, o ensino médio brasileiro é a grande mazela da educação. A cada ano, 1 milhão de estudantes abandonam os bancos escolares, de um total de cerca de 8 milhões que estão cursando uma das três séries finais da educação básica. Entre os desistentes, 32% não estavam na série adequada para a sua idade. Por causa dos números desanimadores, especialistas têm buscado entender os motivos que levam os jovens a desistir da escola.

Um dos estudos, elaborado pelos pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora Tufi Machado Soares e Mariana Calife – e que deve ser apresentado na próxima terça-feira no Salamundo 2013, encontro internacional de educação que ocorre em Curitiba –, se deparou com vários problemas. Entre eles, prevalecem a dificuldade para conciliar o estudo e o trabalho e a falta de interesse do aluno. Com isso, surge a necessidade de se redesenhar o currículo e criar alternativas para os jovens que buscam a profissionalização ao invés da universidade.

"Aproximadamente 30% do conteúdo é desnecessário. É muito acadêmico, extremamente denso e com foco apenas no vestibular, sem levar em conta o aluno que busca uma profissionalização", analisa o professor e presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe), Jacir Venturi.

Possibilidades

Entre as propostas para melhorar o ensino médio, elaboradas pelo coordenador de Geografia do Colégio Bom Jesus, Adalberto Scortegagna, e pela coordenadora pedagógica Giselli Padilha Hümmelgen, está o ensino interdisciplinar – também chamado de "fluxo de conteúdos", quando um mesmo tema é trabalhado por várias disciplinas. "Pode-se usar uma obra de literatura, como a de Julio Verne, para falar de Geografia e Física. Ou se valer, na aula de Artes, de pinturas de paisagens para falar de Geografia ", exemplifica Scortegagna, cuja tese de doutorado foi a base para as propostas.

Outro apontamento é "vocacionar" o currículo, ou seja, fazer com que ele atenda aos mais variados interesses e que o aluno montar sua grade de disciplinas. "Em relação a países como os Estados Unidos, podemos dizer que o nosso programa curricular é semelhante ou até mais complexo. A diferença é que lá o currículo tem maior grau de especialização e o aluno estuda conteúdos que têm a ver com sua vocação. E, claro, há investimento em estrutura para que ele aplique o que aprende em sala", afirma o professor da UFPR Ângelo Ricardo de Souza, doutor em Políticas Públicas Educacionais.

Para não abandonar de todo o currículo tradicional, e sem deixar de lado uma base mais generalista, educadores defendem que o jovem passe mais tempo na escola, com a implantação do ensino integral. "Nossa proposta é para que o conteúdo obrigatório seja ensinado pela manhã e, à tarde, o aluno cursa disciplinas de seu interesse, como línguas, iniciação científica, esportes e educação financeira", exemplifica Giselli.

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