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Vinte e duas instituições dedicadas à saúde divulgaram documento listando os malefícios do amianto, que é considerado cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O documento é uma resposta à interpelação judicial sofrida pelo médico sanitarista Hermano de Castro Albuquerque, da Fundação Oswaldo Cruz, pelo Instituto Brasileiro de Crisotila, que pediu esclarecimentos sobre estudos de mortalidade pela exposição à fibra citados em artigos do médico. Pelos dados do Datasus, do Ministério da Saúde, 3.720 já morreram de mesotelioma, um tipo de câncer majoritariamente ligado à exposição ao amianto.

"Como cidadãos e profissionais ligados à Saúde, registramos a indignação pela manutenção da produção, transporte, consumo, descarte, exportação e importação do amianto, e conclamamos o Poder Legislativo, o Poder Judiciário e o Poder Executivo Federal que se unam para acelerar as iniciativas pelo banimento total do amianto crisotila no Brasil, imediatamente. Que o Brasil não faça vexame na Conferência Rio + 20, de junho, e consiga mostrar - a nós e ao mundo - que suas políticas públicas não são definidas pelos lobbies de uma empresa, e sim, são comprometidas com a defesa da saúde e do ambiente, como reza a Constituição Federal".

O documento é assinado por Fiocruz, Fundacentro, vinculado ao Ministério do Trabalho, Inca, Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Associação Brasileira de Saúde Coletiva, e por mais de 40 médicos.

O Instituto Brasileiro de Crisotila afirma em nota, assinada pela presidente, Marina Julia de Aquino, que "apoia e estimula os estudos científicos referentes ao amianto crisotila e gostaria de ver a comunidade científica envolvida em um debate no qual o assunto possa ser tratado com seriedade, isenção e sem emocionalismos". Sobre a interpelação contra Albuquerque, o instituto diz que não há processo judicial, "sendo a interpelação apenas uma forma legítima para que tenha oportunidade de apresentar aos seus próprios colegas as pesquisas que alega possuir sobre supostas mortes decorrentes do uso do amianto, já que não respondeu a uma consulta formal realizada ao órgão para o qual trabalha desde 2007".

O médico da Fiocruz usou dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, para chegar ao número de mortos citado em seu artigo contestado pelo instituto.

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