A equipe de mergulhadores do Corpo de Bombeiros será reforçada para o trabalho de buscas por corpos na Praia do Bananal, na Ilha Grande, Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense. Segundo a Prefeitura de Angra, a equipe acredita que os corpos que ainda faltam ser encontrados estejam na água. Vinte e nove mortos já foram retirados dos escombros na Praia do Bananal.

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Já no Morro da Carioca, no Centro de Angra dos Reis, dez casas em áreas de risco já foram demolidas. Na região, deslizamentos causaram pelo menos 21 mortes. As buscas e o trabalho de demolição foram encerrados por volta das 18h desta segunda-feira (4) e serão retomados nesta terça (5), a partir das 7h.

Segundo a prefeitura, há pelo menos cem casas em áreas de risco na região e, em todo o município, o número chega a 500. A maioria dos moradores está indo para a casa de parentes e algumas áreas da cidade estão sendo usadas como abrigo. Oito caminhonetes e três caminhões fazem a mudança dessas pessoas. A prefeitura oferece ainda um aluguel social de R$ 510.

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Segundo o subprefeito de Angra, Essiomar Gomes, a informação inicial era de que 17 pessoas estavam desaparecidas no Morro da Carioca, mas 21 corpos já foram encontrados. Por isso, as buscas continuam. A menina Alessandra de Carvalho, de 11 anos, é uma das pessoas que continuam desaparecidas.

Pai reconheceu corpo de esposa e 5 filhos

Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros de Angra, coronel Jerri de Andrade Pires, a retomada das buscas foi determinada na tarde desta segunda porque o ajudante de obras Jorge Carvalho, de 43 anos, não reconheceu nenhum dos quatro corpos encontrados pela manhã como sendo o de sua filha Alessandra.

Jorge Carvalho mora em Rio Claro e viaja uma hora e meia até Angra todos os dias para acompanhar o trabalho das buscas. Sua mulher e seis filhos estavam passando o Natal na casa de sua irmã, que mora no Morro da Carioca, quando ocorreu a tragédia.

Os corpos da esposa dele e de cinco filhos já foram encontrados, mas Alessandra segue desaparecida. Apenas dois de seus oito filhos sobreviveram: Fernanda, de 22 anos, que estava em outra festa, e Leonardo, de 14, que conseguiu abrir a porta da casa e correr no momento do desabamento.

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"É a maior tragédia que podia acontecer na minha vida. Meu coração está muito apertado e partido. Já tive que reconhecer cinco corpos dos meus filhos e ainda da minha mulher. E continuo com a angústia de encontrar minha filha", disse o ajudante de obras. "Acho que nunca mais vou conseguir reconstruir minha vida".

Os corpos encontrados soterrados no Morro da Carioca nesta segunda-feira foram identificados como Henrique Carvalho Narciso, de 7 anos; Carlos Henrique Carvalho Narciso, de 11 anos; Matheus Emídio de Carvalho, de 10 anos; e Anézio Roberto da Conceição, de 53 anos.

Número de mortos chega a 50

A Defesa Civil confirmou no início da tarde desta segunda-feira (4) que 50 corpos foram encontrados na região de Angra dos Reis. Com isso, sobe para 72 o número de mortos em decorrência das chuvas em todo o estado do Rio.

Também nesta segunda, o prefeito de Angra, Tuca Jordão (PSDB-RJ), visitou o Morro da Carioca e classificou o ocorrido como "um aborto da natureza". Em decreto, ele proibiu novas construções e acréscimos em 16 morros do Centro.

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Uma estrutura que atuará como um muro de contenção será construída no morro para evitar o impacto da terra sobre novas casas em caso de novos deslizamentos. Nesta segunda (4), moradores da região foram autorizados a retirar seus pertences das casas ameaçadas.

Homens da Defesa Civil, Marinha, Polícia Militar e Instituto Estadual do Ambiente, ajudam nos trabalho. Segundo a secretaria, mergulhadores, oito cães farejadores e quatro retroescavadeiras reforçam a busca.

Corpos identificados

À medida que os corpos são reconhecidos, os nomes são divulgados pela prefeitura de Angra dos Reis e pelo Instituto Médico Legal do Rio.

Para informações sobre Angra, a Defesa Civil municipal disponibiliza os seguintes telefones: (24) 3377-7991 / 3777-7480

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