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Campo Mourão – Dirigir em dias de chuva no trecho entre Campo Mourão e Tuneiras do Oeste da BR-487, conhecido na Região Oeste como Estrada da Boiadeira, requer cuidados redobrados, quando não paciência para andar quilômetros à procura de um trator para rebocar o veículo atolado. São 20 quilômetros em que a erosão destruiu a estrada.

A péssima condição de tráfego da Estrada da Boiadeira, além de trazer prejuízos aos motoristas, deixa agricultores de propriedades próximas ilhados, sem condições de tirar nem mesmo a lavoura. "Estou com uma carga de mandioca estocada há vários dias e não posso tirar por causa das condições da estrada", relata o agricultor José Correa. Segundo ele, caso continue chovendo e o caminhão não consiga chegar até a propriedade, a carga vai se perder. "Será mais um prejuízo por causa dessa Boiadeira."

Os prejuízos causados pela má condição da estrada levaram o agricultor Jocélio José Messias a não renovar o contrato de arrendamento de 105 alqueires de terra onde plantava soja. "É muito gasto: quando chove, ou tem de antecipar a entrega da safra, ou pagar um trator para rebocar o caminhão", reclama. Messias foi obrigado diversas vezes a buscar de trator os produtos agrícolas em um caminhão que ficou no asfalto, a cinco quilômetros da propriedade. "Os motoristas simplesmente se recusaram a entrar na Boiadeira", alega.

Ao longo da rodovia o que não faltam são buracos. Frauzino Gregório de Oliveira, além de perder a produção de 200 alqueires de algodão em 2005, sofreu um acidente após deslizar o carro e cair em uma das crateras abertas pela erosão. "Essa estrada até agora só me deu prejuízos", afirma Oliveira.

A obra da Estrada da Boiadeira teve início em 1986 pelo governo do estado, porém foi paralisada logo em seguida. Com a paralisação, a erosão destruiu a terraplenagem em parte do trajeto. Nos últimos 16 anos, a obra foi retomada e paralisada várias vezes. O Lote 1 da Estrada Boiadeira, que começa em Campo Mourão e tem 33,54 quilômetros, já está concluído. Porém falta a execução dos lotes 2 e 3, que totalizam 41,89 quilômetros.

Segundo o supervisor do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (DNIT), Wilson Samaroni, o lote 2, que corresponde ao trecho de 20 quilômetros entre Campo Mourão e Tuneiras do Oeste, foi licitado e deve entrar no orçamento do governo federal apenas em 2007. Para os outros 21,89 quilômetros, segundo Samaroni, não há previsão para licitar.

No início do ano passado um grupo de prefeitos, comandado pelo de Cruzeiro do Oeste, Zeca Dirceu (PT), criou um movimento em prol da retomada das obras. Mas a articulação política terminou logo após a saída do pai do prefeito, o deputado federal cassado e ex-ministro José Dirceu, da Casa Civil da presidência da Repúlica.

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