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Para a professora Maria Sílvia Winkeler, dos cursos de Pedagogia e Psicologia da Pontifícia Universidade Católica (PUCPR), as diferenças entre meninos e meninas não são motivo suficiente para justificar a separação nas salas de aula. "É verdade que meninas e meninos não raciocinam da mesma forma. Sempre ouvi isso como argumento para não juntar todo mundo na mesma sala. Mas a escola deve preparar para a vida, para a convivência na sociedade, e no mundo não há isolamento entre homens e mulheres", justifica. Em Curitiba, um exemplo recente foi o do Centro Integrado de Educação Sagrado Coração (Ciesc), que só admitia meninas até há alguns anos e passou a aceitar turmas mistas.

Maria Sílvia explica que as meninas amadurecem mais rápido – o cérebro dos rapazes só se equivale ao das garotas aos 19 anos. "As alunas normalmente conseguem prestar atenção em mais coisas do que apenas na aula, enquanto os meninos normalmente se perdem se precisam dar conta de várias coisas ao mesmo tempo", diz. Mas outros aspectos são comuns a ambos os sexos: "No ensino médio, tanto rapazes e garotas estão se descobrindo como pessoas. A ansiedade do vestibular, por exemplo, é igual".

Além do aspecto pedagógico, a professora aponta razões históricas para a separação nas escolas. Antigamente muitos colégios eram vinculados à Igreja Católica e mantidos por congregações religiosas. As ordens masculinas montavam escolas para meninos, enquanto congregações de irmãs assumiam a educação das meninas – muitas vezes, em ambos os casos, no regime de internato. "A adoção das escolas mistas também representou uma comodidade para os pais, que não precisavam mais matricular os filhos em um lugar e as filhas em outro", completa Maria Sílvia.

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