A Escola Jovem, em Campinas (SP), primeira para o público de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) do país aberta em março deste ano, foi alvo de violência pela segunda vez este mês. Segundo informaram os diretores, uma garrafa de vidro foi atirada contra a casa em que fica a instituição, no bairro Nova Europa, na noite de segunda-feira. Ninguém ficou ferido. Os responsáveis pela unidade vão registrar Boletim de Ocorrência e providenciar a instalação de equipamentos de segurança e vigilância.
No início do mês, também à noite, a casa foi atingida por pedras. Os responsáveis pela escola afirmam que nunca tiveram problemas com a vizinhança e suspeitam de "molecagem". "Não nos parece um grupo de ódio, isso está mais com cara de bullying", afirmou o diretor Deco Ribeiro. Segundo ele, a suspeita recai sobre adolescentes que estudam à noite em uma escola do bairro. "Vamos nos proteger porque isso aí pode crescer, essa é a preocupação", afirmou.
A Escola Jovem LGBT foi selecionada como um dos 300 pontos de cultura de São Paulo e vai receber R$ 60 mil ao ano, durante três anos. Financiado por um convênio entre Secretaria de Estado da Cultura e o Ministério da Cultura, o projeto nasceu na ONG E-Jovem, existente desde 2001.
O presidente do grupo E-jovem, Chesller Moreira, também conhecido como a drag Lohren Beauty, estava no local quando jogaram a garrafa. "Eu estava fechando contas a prestar e ouvi um barulhão. Achei que fosse um portarretrato ou quadro que tivesse caído com o vento", disse, referindo-se a objetos de decoração no espaço externo que dá acesso às salas. "Quando fui ver, a escada estava cheia de cacos de vidro", acrescentou. A escola tem 30 alunos e funciona das 9 horas às 19 horas.
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