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Uma escola estadual no Jardim Fênix, em São José dos Pinhais, será inaugurada hoje contrariando uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e oferecendo risco de acidente para os alunos, funcionários e professores. A avaliação é feita pelo próprio responsável da obra, o engenheiro João Antônio Garcia, da Endeal Engenharia e Construções. A escola deveria ter sido entregue em dezembro do ano passado, mas, de acordo com Garcia, uma série de atrasos no pagamento impossibilitaram o cronograma. "Não recebemos desde de dezembro, mas continuamos trabalhando."

Além disso, segundo ele, a escola estaria sendo construída em cima de uma mina da água. "Se você furar o chão aqui vai verter água. O lençol freático é muito alto", explica. Segundo ele, as chuvas de janeiro e fevereiro também complicaram a construção. "Isso aqui encharcou. Tivemos de esperar passar a chuva. Já fizemos os ajustes necessários, de solo e selamos a caixa de água para evitar que a água volte."

A resolução do Conama de número 303, de 20 de março de 2002, estabelece que as construções feitas sobre nascentes ou olhos d’água devem estar, há no mínimo, cinqüenta metros de distância para respeitar a bacia hidrográfica contribuinte.

A informação do engenheiro de que a escola está construída em cima de uma nascente da água não foi confirmada pela Secretaria de Meio Ambiente de São José dos Pinhais e nem pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Além da questão ambiental, a escola também não estaria pronta para atender a comunidade. "Estou sendo muito pressionado para entregar esta escola. Tem pai de aluno me ligando no celular e fazendo ameaça. Eu queria mais um, dois meses para finalizar tudo. Se tiver aula na segunda (hoje) vai ter aluno furando o pé em prego. Tem muita coisa pra fazer", disse.

A reportagem da Gazeta do Povo esteve na escola na última sexta-feira. A parte externa está pronta, mas no interior do prédio, pedaços de madeira, de ferro e restos de construção ainda ocupavam o espaço que deverá ser de trânsito dos alunos.

Na sexta-feira a assessoria de imprensa da Secretaria de Educação pediu que a repoortagem entrasse em contato com o chefe do Núcleo Metropolitano Sul de Educação para comentar as declarações do engenheiro. Ele não foi encontrado e o professor Jorge Marcelino Souza, assistente do núcleo, disse que a obra está dentro do prazo de entrega e que a escola começa a atender hoje no sistema ambiente. "Somente os locais com as obras finalizadas servirão para o atendimento dos alunos", disse.

Os demais espaços, segundo ele, deverão ser entregues em até 90 dias. O ginásio de esportes será a última etapa da construção.

O professor afirmou, porém, que não poderia comentar aspectos técnicos citados por Garcia. A Gazeta ainda tentou contato com o engenheiro-fiscal da obra, João Geroldo, e com a chefe da Divisão de Projetos e Orçamento da Fundepar, Olivia Martins Murara. Nenhum dois dois foram localizados.

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