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“Estamos aguardando as obras e até agora não aconteceu nada. Eles [a secretaria] disseram que seria rápido, mas a equipe de reparo só chegou agora. Nós cobramos direto.”
Augusto Rufino, diretor do Colégio Estadual Santo Agostinho | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
“Estamos aguardando as obras e até agora não aconteceu nada. Eles [a secretaria] disseram que seria rápido, mas a equipe de reparo só chegou agora. Nós cobramos direto.” Augusto Rufino, diretor do Colégio Estadual Santo Agostinho| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Uma escola estadual de Curitiba suspendeu as aulas em protesto contra a demora na reparação do telhado do estabelecimento. O Colégio Santo Agostinho, no bairro Boqueirão, foi atingido por um temporal no início de abril que afetou severamente as instalações. A água infiltrou, molhando as carteiras e o piso das salas de aula. Além disso, o muro da escola foi atingido por árvores que caíram.Num primeiro momento, as aulas foram interrompidas e só retornaram em 10 de abril, mas a chuva do último fim de semana agravou a situação. Além de alagar novamente os ambientes já afetados, a água chegou ao 2.º andar, fazendo a escola perder oito das onze salas disponíveis. Entre uma chuva e outro passaram-se 45 dias. Professores e funcionários reclamavam da demora no início das obras há semanas, mas o agravamento causado pelo segundo temporal causou uma indignação geral. "Já havíamos decidido que se chovesse de novo, pararíamos as aulas. Não há condições de trabalho", diz a professora Veroni Salete Del Ré. Na última segunda-feira, os estudantes que chegavam à escola foram informados que as aulas permaneceriam interrompidas por tempo indeterminado. Uma reunião com os pais foi agendada para hoje à noite, quando alternativas para o retorno das atividades serão discutidas.

Mutirão

Depois da destruição causada pelas primeiras chuvas, um mutirão formado por professores, funcionários e colaboradores da comunidade fez a limpeza e colocou em ordem o que era possível. De acordo com o diretor da escola Augusto Rufino, a Secretaria de Estado da Edu­cação foi informada do ocorrido no mesmo dia da primeira chuva e mandou uma equipe de vistoria. "Desde então não aconteceu nada", relata.

No intervalo entre as duas fortes chuvas, os cerca de mil alunos da escola vinham assistindo aulas em condições improvisadas. As turmas de 6.ª e 7.ª séries foram alocadas no laboratório de ciências. Lá, bancadas de pedra serviam como mesa, mas, por serem muito altas, exigiam que cada aluno sentasse sobre duas cadeiras de plástico, uma encaixada sobre a outra. Para 28 alunos da 8.ª série, sobrou uma pequena sala de apoio onde a fila de carteiras precisa permanecer encostada no quadro negro para que todos caibam.

Sob o telhado destruído viviam dezenas de pombos e a água que infiltrou pela laje trouxe com ela as fezes dos animais. Além do risco de contaminação por doenças, o mau cheiro é forte. "Minha filha estava reclamando do odor de esgoto que sentiam durante as aulas. Aquilo é muito perigoso", diz Marly Rampel, mãe de Karolina, da 8.ª série.

Outro lado

De acordo com a professora Veroni, a justificativa oficial para a demora nas obras seria a necessidade de que todos trâmites para o processo licitatório fossem cumpridas. A assessoria da Seed não confirmou as razões para a lentidão, mas emitiu nota informando que foram liberados recursos emergenciais para contratação da empresa responsável pela restauração. Ontem, por volta das 10 horas, uma equipe de reparos chegou ao local. O prazo apresentado para o término da reforma vai de 45 a 60 dias.

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