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Indignação: estudante de Direito Josivânia Rorim, 34 anos, resolveu recolher as obras descartadas e doá-las | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Indignação: estudante de Direito Josivânia Rorim, 34 anos, resolveu recolher as obras descartadas e doá-las| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

Descarte

Encontrar livros no lixo não é incomum. Veja outros casos:

Março de 2010 – 12 mil livros são retirados de um lixão de Iporá, em Goiás. Segundo a Secretaria de Educação de Goiás, os livros que não são mais utilizados são reciclados.

Novembro de 2009 – Livros didáticos foram encontrados em uma caçamba, em frente de uma escola na periferia de Ribeirão Preto (SP). Grande parte dos 1,5 mil livros não tinham sido usados.

Setembro de 2009 – Na Vila das Torres, em Curitiba, uma biblio­teca comunitária foi montada com livros retirados do lixo. O acervo hoje é de cerca 6 mil obras.

Cerca de 150 livros didáticos e de literatura encontrados na lixeira da Escola Municipal Donatila Caron dos Anjos, em caixas de papelão e sacos pretos, ontem pela manhã, no bairro Uberaba, em Curitiba, causaram confusão. O material foi coletado e enviado à doação. Uma hora depois que a reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Educação, a escola resolveu pedir os livros de volta. A justificativa é que o descarte fora feito por engano.

Por volta das 11h15 de ontem, a estudante de Direito Josivânia Rorim, 34 anos, encontrou o material na lixeira da escola. Depois que confirmou com uma funcionária o descarte, ela resolveu levar as duas caixas de papelão e os três sacos de lixo para casa. À tarde, a estudante entregou as 156 obras – na maior parte livros didáticos de inglês, português, ciência e história, além de livros de Jorge Amado e Mário de Andrade –, ao Centro de Con­vivência do Templo Batista (Ce­­com), no mesmo bairro.

Por coincidência, as 80 crianças entre 5 e 13 anos atendidas pela instituição, no período do contraturno, são na grande maioria provenientes da escola municipal on­­de os livros foram encontrados. "Se eles não usam lá, aqui é fundamental", afirmou o coordenador do projeto, Cesar Hen­ning, 40 anos, lembrando que o material didático é usado nas aulas de reforço.

Em menos de uma hora, após contato da reportagem com a Secretaria Municipal de Educação, a diretora da escola, Cristina Fiorillo, pediu a devolução dos livros. Em nota enviada por e-mail, a pasta informou que as escolas da Rede Municipal de Ensino não têm autorização para jogar livros no lixo. No caso específico, o fato aconteceu por engano e deverá ser investigado.

Ao ser ouvida pela reportagem, Cristina informou que o material foi deixado no lixo sem a autorização da direção. Os livros foram recebidos em doação há poucos dias, e, por falta de tempo, não tinham sido organizados.

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