• Carregando...

Apesar de oficialmente o feriado de carnaval ter encerrado ao meio-dia da Quarta-feira de Cinzas, a maioria das escolas particulares e públicas de Curitiba só retomou as atividades ontem. Em outras, na prática, ainda é Carnaval – quatro escolas municipais e pelo menos duas particulares da capital só voltam ao trabalho na segunda-feira.

"Acabei esticando meu feriado também", conta a personal trainer Ana Paula Pasquale, 35 anos, mãe de um menino de dois anos e meio. Para ficar em casa, ela teve de abrir mão de dar algumas aulas, o que significa receber menos este mês. "Atendo de oito a dez pessoas toda quarta-feira", diz. Na casa da contadora Claudete Kraus, 36 anos, a tarefa de cuidar do filho de quatro anos na quarta-feira ficou para o marido, que teve de faltar ao trabalho. "É um período difícil do mês, por estamos fazendo balanços, ficava mais fácil para ele faltar do que para mim", afirma.

A justificativa para o feriado mais do que prolongado não varia muito de uma instituição para outra. Nas escolas de ensino fundamental que não funcionaram na quarta-feira, o argumento é de que abrir em apenas um dos períodos afetaria o cronograma escolar, porque turmas da mesma série ficariam com o conteúdo desregulado. "Os pais já estavam avisados do calendário desde o dia da matrícula, tiveram tempo suficiente para se programar", acrescenta a diretora do Colégio Dom Bosco sede Batel, Rita Egashira Vanzela. Outros grandes grupos escolares de educação infantil e ensino fundamental de Curitiba, como Positivo e Bom Jesus, apresentaram o mesmo posicionamento em defesa da folga de três dias.

A baixa freqüência de alunos no feriado foi um dos fatores que motivou a decisão da escola Peixinho Dourado, que atende crianças do berçário à pré-escola, de fechar durante toda a quarta-feira. "Em outros feriados trabalhamos em plantão, com apenas parte da equipe. O carnaval é o único feriado prolongado que adotamos. Um pai ou outro acaba reclamando, mas a maior parte não vê problema em se programar para atender as crianças", diz a coordenadora da escola, Mariana Canova. A diretora da pré-escola Espaço Infantil, que adotou o mesmo calendário, Maristela Bandeira Xavier, conta que até se surpreendeu com a ausência de reclamações. "Após dez anos abrindo a partir do meio-dia, nenhum pai se queixou de fecharmos a escola o dia todo", afirma.

No Colégio Bagozzi, no bairro Portão, cerca de 2 mil alunos vão ficar de folga até domingo. "Em anos anteriores trabalhamos e tivemos uma freqüência de apenas 30% do total de alunos. Os professores não podem avançar na matéria por falta de estudantes", explica o vice-diretor da instituição, João Viesser. O professor, no entanto, admite que a decisão complica a vida de alguns pais. "Entendemos que é difícil para aquelas famílias que têm de trabalhar e ninguém pode cuidar das crianças. Vamos ter de estudar uma maneira de oferecer uma programação alternativa no próximo ano", informa.

O feriado de uma semana também foi adotado por quatro das 169 escolas municipais de Curitiba. De maneira geral, nenhuma abriu na quarta-feira, assim como as escolas da rede estadual de ensino. De acordo com a assessoria da prefeitura, as escolas do município têm autonomia para definir seus calendários, desde que cumpram 200 dias letivos. Para o vice-presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná, Ademar Pereira, a melhor alternativa para não causar transtornos para pais ou para a escola é fazer um levantamento do impacto que o feriado "esticado" vai gerar.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]